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Identidade quilombola da comunidade de Picadinha é questionada

Moradores do Distrito de Picadinha pedem retorno da tranqüilidade

Não se faz justiça, cometendo injustiça, foi a frase de Darci Decian, 43, ao comentar a situação de intranqüilidade vivida pelas dezenas de famílias moradoras no Distrito de Picadinha, a 20 quilômetro de Dourados, sentido Itahum.

Darci, acompanhado do presidente da Associação de Moradores da Picadinha, Neri Decian, 48, (Malhado) alegou que de uns três ou quatros anos para cá a harmonia que reinava na comunidade acabou, principalmente depois do surgimento da Associação Rural Dezidério Felipe de Oliveira (ARQDEZ), que reivindica a posse de quase quatro mil hectares de terra no distrito. Não temos nada contra ninguém, chegamos na Picadinha no final da década de 70, compramos terras e pagamos o preço justo, não roubamos e não ocupamos espaço que não é o nosso, brada.

De uns tempos para cá, a coisa tomou rumo que pegou todos nós de surpresa, na verdade a maioria do pessoal está sendo usado como massa de manobra, por irresponsáveis que querem se beneficiar politicamente, adianta Darci. Se o governo deseja realmente ajudar estas pessoas que compre outra área e entrega para eles, argumenta Malhado.

Eles afirmam que a comunidade, agora denominada Quilombola, conta com pessoas íntegras, trabalhadoras e honestas e que respeita todos. Essa gente trabalhava conosco, eles usavam máquinas, óleo diesel, calcário, o que precisasse para plantar, não cobramos nada por isso e nunca negamos, sempre os auxiliamos, afirma Malhado. Foi uma facada pelas costas, mas eles não têm culpa, sabemos do interesse por traz disso, a verdade virá com certeza, diz em tom de desabafo.

Na Picadinha tem moradores como Antônio Eulógio Lopes e José Tibiriça, para citar exemplo, que conhecem a realidade da localidade há vários anos e nunca se ouvira falar em quilombola ou coisa parecida. Tem documentos comprobatórios sobre a legitimidade de vendas de terras, não somos ladrões, bandidos, somos famílias honestas em busca de paz e que a harmonia que sempre perdurou na Picadinha possa retornar o breve possível. Nossa versão também precisa ser respeitada, diz.

MPF – O processo tramita no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e segundo o Ministério Público Federal, que acompanha o caso, o Incra contratou o antropólogo que realizará os levantamentos, afim de identificar ou não, se a área é remanescente de Quilombo.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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