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Representante da comunidade quilombola visita Timóteo

O Instituto Cultural Reino do Rosário de Timóteo está recebendo o quilombola Jorge Antônio dos Santos, um dos coordenadores da Comunidade dos Arturos, considerado um dos grupos mais originais do Brasil e que constitui grande e importante patrimônio histórico e cultural de Contagem e de Minas Gerais. Jorge dos Santos veio conhecer o trabalho da entidade timotense e também ministrar oficina de confecção de tambores, que foi iniciada no dia 13 de setembro e prossegue até a sexta-feira (16).

 

A oficina é voltada para alunos da Escola Municipal Angelina Alves de Carvalho e integrantes do grupos de congado de Timóteo (Reino do Rosário e São Sebastião de Timóteo), e está sendo realizada nas dependências da escola, no horário de 13:30 às 16:30.

Arturos
A comunidade dos Arturos oferece um retrato da identidade cultural e das tradições dos negros africanos trazidos para o Brasil no período escravagista, bem como da miscigenação com a cultura portuguesa, que deu origem a um sincretismo que ora se comemora isoladamente, ora em companhia das comunidades que vivem a seu redor.

Entre as celebrações dos Arturos, destacam-se o Batuque (reconhecido como forma de expressão artística pelo Ministério da Cultura, que nomeou Dona Conceição Natalícia como mestre no batuque), a festa da capina denominada "João do Mato", a folia de Reis, a Festa da Abolição da Escravatura e, principalmente, o Reinaldo de Nossa Senhora do Rosário, festa popularmente conhecida como Congado. Eles também formam o grupo artístico Arturos Filhos de Zambi (deus dos negros da nação banto) que trabalha percussão, dança afro e teatro em torno da história dos negros.

História
A comunidade negra Arturos descende de Camilo Silvério da Silva que, em meados do século XIX, chegou ao Brasil num navio negreiro vindo de Angola. Do Rio de Janeiro, Camilo foi enviado a Minas Gerais para trabalhar num povoado situado na Mata do Macuco, antigo município de Santa Quitéria, hoje Esmeraldas. Neste povoado, trabalhou nas minas e como tropeiro nas lavouras. Casou-se com uma escrava alforriada chama Felismiba Rita Cândida. Dessa união nasceram seis filhos.

Entre os irmãos, Artur Camilo Silvério foi o que mais prosperou. Nasceu em 1885, época da Lei do Ventre Livre e casou-se com Carmelinda Maria da Silva. Os dois tiveram 10 filhos e vieram morar em Contagem, na localidade conhecida então conhecida como Domingos Pereira, onde adquiriram a propriedade na qual ainda vivem seus descendentes.
Hoje, em sua quarta geração, fazem parte da comunidade 80 famílias, cerca de 500 pessoas.

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