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Quilombos do Sapé do Norte: relatório de pesquisa participativa

O objetivo do Projeto Territórios Negros do Sapê do Norte – ES é realizar um amplo e detalhado levantamento da situação sócioeconômica e ambiental das comunidades negras rurais de conceição da Barra e São Mateus.
 
Associados a este objetivo maior, vinculam-se outros dois: oferecer qualificação a um grupo de jovens negros dessas mesmas comunidades ou ligados a elas (por meio do treinamento de campo e de discussões metodológicas associadas ao trabalho) e estabelecer bases qualificadas para a elaboração de investigações e intervenções futuras.
 
Entre janeiro e abril de 2002, foi oferecido um curso de qualificação para cerca de 20 pessoas convocadas e selecionadas pela militância do movimento negro daqueles municípios.  Nesse curso foram oferecidas noções básicas sobre o tema dos
“remanescentes de quilombos”, sobre a situação fundiária e ambiental da região e sobre a metodologia de surveys baseados em aplicação de questionários. Em seguida, iniciamos um trabalho de leitura e adaptação dos instrumentos de pesquisa elaborados pela equipe de KOINONIA a partir de suas experiências anteriores no estado do Rio de Janeiro.
 
Esse processo de discussão, que foi acompanhado por uma sistematização coletiva das informações disponíveis sobre as comunidades existentes, permitiu que fossem elaboradas sucessivas versões dos instrumentos de pesquisa que seriam aplicados na região, além de um quadro das comunidades que seriam abordadas (incluindo o número aproximado de
casas e as distâncias e dificuldades de abordagem que seriam encontradas em cada uma delas). Por fim, encerrando o curso, o grupo que deu continuidade a ele (um conjunto de 13 pessoas, fora as equipes da FASE e de KOINONIA) foi a campo na comunidade de S. Domingos (Conceição da Barra) para fazer o exercício de uma primeira “aplicaçãopiloto”.
 
Depois dela, foi feita uma longa discussão coletiva sobre a experiência, baseada em uma leitura dos questionários preenchidos e das dificuldades encontradas. Como resultado de todo esse processo, foi criado um grupo de pesquisa
constituído de dois supervisores e oito pesquisadores de campo, que iniciaram seus trabalhos no mês de junho.
 
O processo de aplicação dos questionários em área se inicia com o “planejamento”. Essa etapa constitui de uma visita dos supervisores à comunidade que será abordada, para uma conversa com uma ou mais lideranças locais, onde estes
anunciam a pesquisa e recolhem informações sobre o número de casas a serem visitadas e sua distribuição espacial, de forma a construir um croqui que possa orientar a distribuição mais racional dos pesquisadores. Nessa mesma oportunidade, são levantados os nomes de pessoas estratégicas para o desdobramento da pesquisa num plano qualitativo, como presidentes de Associações e Cooperativas, Mestres de grupos lúdico-religiosos, Rezadores e rezadoras, Raizeiros, Parteiras etc.
 
No momento seguinte, o grupo como um todo vai a campo para a “aplicação” dos questionários nas casas relacionadas durante o planejamento, acompanhados dos supervisores. O questionário é composto de 60 questões, que se desdobram em quase 100 itens de informação, divididos em cinco partes: Escolaridade, religião e documentação
 

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