• (21) 3042-6445
  • comunica@koinonia.org.br
  • Rua Santo Amaro, 129 - RJ

Comunidades quilombolas do Sapê do Norte mesclam cultura e política

 
“O beiju é nosso simbolo de resistência e identidade. A ideia do Festival do Beiju é garantir a sustentabilidade, geração de renda, preservação do modo de fazer beiju e dar continuidade às culturas tradicionais das comunidades do Sapê”, afirma Selma Dealdina, quilombola que idealizou a primeira edição do Festival do Beiju, em depoimento ao blog oficial do Festival. 
 
O evento já é tradição entre as comunidades quilombolas do Sapê do Norte, nos municípios de São Mateus e Conceição da Barra. Realizado desde 2003, essa será a 11° edição do Festival do Beiju que, mesmo sem apoio do governo do Estado, ao contrário dos anos anteriores, conseguiu manter as atividades para esse ano por meio de apoio eparceiias locais – porém em uma estrutura menor. “Nossa busca é para que o governo do Estado inclua o Festival do Beiju nas agendas culturais anuais para que, assim, possamos manter nossas tradições com o tamanho que merece”, diz uma das organizadoras do evento, Kátia Penha. 
 
Neste ano quem sedia o evento é a comunidade quilombola do Divino Espírito Santo, pioneira na produção de beiju – 40% das famílias da comunidade movimentam a economia familiar baseada nesta tradição, que é passada a cada geração.  Contudo, o evento não só celebra a cultura quilombola, mas também é usado como um espaço para discussões que envolvem a vivência de seus povos locais. 
 
"A temática desta edição do evento é territorialidades, que abrange nossas demandas e vivências como comunidades que lutam pela garantia da auto sustentabilidade e por terras. É um festival que preza sim pela celebração à cultura africana que nos forma, mas que também destaca nossas lutas.", detalha Kátia Penha. 
 
A programação do Festival une atividades políticas e culturais. Na  sexta-feira (28), a abertura será com uma celebração ecumênica, além de show de forró e o lançamento de algumas campanhas que destacam as lutas de pescadores e quilombolas por suas terras. No sábado (29) haverá uma mesa de discussão formada por autoridades; e a realização de uma Plenária Estadual de Comunidades Quilombolas, com representantes de diversos municípios. O último dia, domingo (30), será encerrado com a já tradicional Cavalgada, que envolve três comunidades onde eram feitas, antigamente, a rota da comercialização do beiju.
 
A comissão quilombola ainda procurou envolver três escolas da comunidade de São Domingos. As escolas irão se apresentar no festival destacando as cirandas de roda e o Jongo, participação imprescindível de acordo com Kátia Penha. “É muito importantes ter os jovens envolvidos na cultura local, já que hoje os grupos culturais mais velhos, os tradicionais, tendem a irem acabando, então é preciso fazer com que os mais novos tomem para si essas manifestações também", finalizou. 
 
Serviço
11° Festival do Beiju será realizado entre os dias 28 e 30 de agosto, na Comunidade do Divino Espírito Santo – região que abrange municípios de São Mateus e Conceição da Barra, conhecido como Sapê do Norte. A participação é livre e no evento e, além das atividades culturais,  será comercializado beijus, comidas típicas e artesanatos. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo