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Fundação Cultural Palmares reconhece comunidade como quilombo

Um ano após o Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) instaurar inquérito civil para acompanhar o caso, a Fundação Cultural Palmares certificou a Comunidade do Barranco, no bairro Praça 14 de Janeiro, zona sul de Manaus, como remanescente de quilombo. A portaria que oficializa a certificação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) do último dia 24 de setembro.

Em outubro de 2013, o MPF/AM visitou a comunidade e conheceu a história de resistência dos primeiros habitantes do local.

A visita técnica da Fundação Cultural Palmares à comunidade do Barranco ocorreu em fevereiro deste ano, em atendimento à recomendação do MPF.

Além de ouvir os moradores sobre a relação histórica da comunidade com a migração da população para a capital amazonense no século 19, os técnicos da fundação colheram informações para subsidiar o parecer sobre a certificação do autorreconhecimento como remanescentes de quilombo.

Antes mesmo da publicação da certificação no Diário Oficial, o MPF/AM expediu recomendações ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e à Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas (SEC) para que providenciassem o registro da Festa de São Benedito como bem do patrimônio cultural brasileiro e de Manaus.

O festejo é realizado tradicionalmente entre os meses de março e abril desde a chegada dos negros do Maranhão, no fim do século 19 e início do século 20, até hoje.

Jamilly Souza, que pertence a uma das famílias fundadoras da comunidade e hoje é uma das lideranças do Barranco, contou que a notícia da certificação foi recebida com muita festa pelos moradores.

“Essa vitória nos torna mais visíveis aos olhos da sociedade, pois muita gente sequer imaginava que nossa comunidade existe e resiste em Manaus. Estamos fazendo história”, disse.

A expectativa dos moradores do Barranco a partir da certificação, segundo Jamilly Souza, é proporcionar novos aprendizados tanto para a comunidade como para todo o Estado a partir do acesso aos programas federais voltados às comunidades quilombolas.

“Muitos moradores da própria comunidade desconhecem sua história, é muito importante sabermos de onde viemos”.

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