Ferapi apresenta projetos voltados para extensão rural em quilombos
FERAPI é encerrada na última sexta-feira com sabor de cajuína
Feira expõe trabalho desenvolvido com bebida típica do Estado
Além de um estande de grande destaque em tamanho e beleza, o EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural levou para a FERAPI – Feira Piauiense de Produtos da Reforma Agrária e Comunidades Quilombolas, que encerrou nesta sexta-feira (21), na praça Pedro II, em Teresina, o trabalho que desenvolve com a produção de Cajuína, bebida típica muito apreciada no Estado. “Trouxemos cajuínas da Fazenda Fundação da Paz, que teve uma grande aceitação pela qualidade e o melhor preço”, disse o Eng. Agrôn. Orlando Costa, destacando ainda que a produção de cajuína da Fundação é fruto de cursos de capacitação realizados pelo EMATER.
A constatação dos organizadores é de que a Cajuína foi o produto mais procurado pelos teresinenses na feira. Os produtos que mais saíram foram a cajuína, bolinhos típicos e o doce do buriti. Cada vez mais nós estamos evoluindo. Temos interesse em criar um rótulo, pois, sem isso, os nossos agricultores tem dificuldade de vender o produto, disse Manoel Simão, diretor de políticas Agrícolas da FETAG – Federação dos Trabalhadores da Agricultura, afirmando ainda que nos assentamentos e comunidades onde o EMATER tem prestado assistência técnica tem tido bons resultados.
Para Jurandir Lira Pereira, do assentamento Santa Teresa, do município de Uruçuí, no sul do Estado, que diz produzir cajuína há cerca de 20 anos, a participação nos cursos promovidos pelo EMATER e outras instituições deu uma mudança no produto. Foi a troca da cola pela gelatina, substância utilizada na preparação da cajuína como decantador do suco de caju. Melhorou o sabor e a qualidade da cajuína. Precisamos mais capacitação e um trabalho que melhore a apresentação do produto, afirma Jurandir.
ATER no quilombo é destaque nacional
O Eng. Agron. Orlando Costa comentou sobre o destaque nacional que o Estado do Piauí tem conseguido com a implementação do Projeto ATER no Quilombo, realizado em parceria com o MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário. Segundo Orlando, o projeto foi bastante divulgado na feira através de banners e jornais com informações gerais sobre o programa. Nestes painéis estão registradas as atividades mais representativas que estão sendo realizadas pelo EMATER junto às comunidades quilombolas. Dentre as EMATERs de todos os estados foi a primeira a abraçar este trabalho. Já tivemos visitas de outros estados que vieram ver a nossa experiência, disse Orlando.
Guedes destaca conquistas da FERAPI
Durante a abertura do evento, o diretor geral do EMATER, Eng. Agron. Francisco Guedes falou das últimas conquistas das comunidades dos assentamentos e comunidades quilombolas. A inauguração do Expresso Cidadã, um ônibus adaptado à atividade de escritório, que conta com Internet via satélite, está percorrendo comunidades rurais em todo o estado para emitir documentos como carteira de trabalho, identidade, CPF e registro de nascimento, preferencialmente para as mulheres. Neste momento, o expresso cidadã está em Jaicós, no território do Vale do Guaribas.
No norte do estado, onze comunidades quilombolas acabam de ganhar diagnóstico técnico de desenvolvimento, construído de forma participativa. Também vamos ter, próximo dia 28, no município de Joaquim Pires, um Dia de Campo sobre arroz orgânico, direcionado aos assentamentos rurais daquela região,destacou.
Governador elogia diversidade e quer descentralizar
O governador Wellington Dias está interessado em conhecer as demandas das comunidades que participam da FERAPI para traçar linhas de trabalho. Ele fez o ultimo discurso na noite da abertura da feira em tom de esperança e afirmação de conceitos. Wellington falou que é preciso buscar as raízes para identificar quais os potenciais de produção. Entusiasmado, ele disse que a FERAPI é um aprendizado, uma construção e que a grande riqueza do Piauí é a diversidade de potencias.
Dias antagonizou a riqueza do Piauí à fragilidade de estados como o Mato Grosso do Sul. Ele lembrou a situação vivida pelo petista Zeca do PT, como governador daquele estado, quando doenças e outros males atingiram em lóbito aquela frágil economia de mercado único. O Piauí é rico em pelo menos 25 arranjos produtivos como a pecuária, serviços, mineração, dentre outros, o que dá segurança para trabalhar em diversas frentes, explicou.
Narcisista, o governador disse que muitos estados tentaram fazer uma feira como a FERAPI e não conseguiram, por conta da diversidade de ideologias, conceitos e interesses conflitantes. Mas, segundo ele, isso amadurece, aproxima e prepara. Em 2009, poderíamos experimentar uma descentralização, fazendo uma feira em um município do sul e outro do norte do estado, com um encontro final em Teresina. O Estado entra como parceiro, garantiu ele, afirmando ainda que a FERAPI realizada em Teresina quebra pré-conceitos. Ele também pediu que os produtos possam estar identificados por regiões.
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