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Candombe: o passado sustentado pela fé

“Depois de quase três séculos, Comunidade do Açude preserva tradição que atravessa gerações”.

Por Camila Bueno

A Serra do Cipó é reconhecida mundialmente pelo seu cenário encantador, pelos lugares paradisíacos e pelas belas cachoeiras. Mas, o que torna este santuário ecológico tão especial e raro não são somente essas particularidades que atraem cientistas e turistas do mundo inteiro.

Por trás desta terra de montanhas, a linha do horizonte protege a vida humilde que é sustentada pela fé. A Comunidade do Açude, como é chamada cerca de sessenta pessoas reunidas em uma grande família que preserva uma tradição mantendo um elo com o passado. O Candombe, cerimônia que nasceu em tempos de escravidão, é mais uma de tantas magias que aquela terra tem.

Gente alegre, hospitaleira e contagiante, festeja a liberdade e lembra os tempos de açoites ao som dos tambus e passos da curimba.

Para a dona de casa dona Maria das Mercês dos Santos, 65 anos, membro da comunidade, a tradição que já atravessou gerações é uma forma de pedir proteção aos “velhos” – pessoas da família que já faleceram- através de Nossa Senhora do Rosário. “O Candombe só traz energia positiva para as pessoas, nós queremos transmitir coisas boas”, acrescenta dona Maria ao dizer que a Comunidade fica satisfeita em receber visitantes que se interessam em conhecer um pouco mais sobre a cultura do seu povo.

A tradição que ganhou espaço

Comemorado sempre no segundo sábado do mês de setembro, o Candombe é uma verdadeira atração turística para a região. Centenas de pessoas do mundo inteiro vão até a Comunidade do Açude para prestigiar a vibração da festa que ganha o terreiro ao som do batuque dos tambores – para eles, tambus.

A tradição, antigamente reprimida pelos senhores, hoje é motivo de orgulho para a família de dona Maria, que espera que o Candombe continue sendo respeitado pelas pessoas como uma forma de manifestação de fé e esperança.

A crença que os negros aderiram com o batuque

As orações, tantas vezes repetidas, são uma forma de agradecer à Nossa Senhora do Rosário, mãe do Candombe, por todas às bênçãos concedidas àquela comunidade.

Os batuques dos tambus – instrumentos de madeira produzidos pela própria Comunidade – transmitem a fé e a alegria daquele povo. No ritual sagrado também não faltam canções com versos em português e muita cachaça que, segundo dona Maria das Mercês, é uma forma de descontrair quem vai prestigiar o Candombe.

CD Tambor

Ficha Técnica

Produção geral: Maurício Tizumba

Produção executiva: Beth Coutinho

Projeto gráfico: Guilherme Freitas

Fotos: Mônica Da Pieve

Técnico de gravação: Ricardo Cheib

Mixagem: Ricardo Cheib e Maurício Tizumba

Revisão: Raquel Coutinho

Gravado, mixado e masterizado no Estúdio Bemol – BH em agosto e setembro de 2001.

Nas gravações foram usados patangomes, caixas de congado, gungas, sanfona,

tambores e tambus (Candombe).

O CD possui ao todo 32 faixas de músicas

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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