Fundação Banco do Brasil alfabetiza 400 quilombolas
Fundação Banco do Brasil alfabetiza 400 quilombolas em Minas Gerais
As comunidades quilombolas da região de Gorutuba, norte de Minas Gerais, comemoram na próxima terça-feira, dia 18 de abril, a formatura de 400 alunos do projeto-piloto Alfabetização Quilombola. A conclusão do curso será marcada por uma cerimônia na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) do município de Janaúba. O projeto faz parte do Programa BB Educar, da Fundação Banco do Brasil (FBB), inspirado no pensamento de Paulo Freire e que promove a alfabetização de jovens e adultos em todo o País.
Além da alfabetização dos 400 alunos, foram capacitados 44 educadores, entre os jovens das próprias comunidades quilombolas. O objetivo desta ação específica era evitar o choque cultural e motivar os gorutubanos com aulas que abordassem questões bem presentes em seus cotidianos.
Implementado em 25 comunidades quilombolas, o projeto Alfabetização Quilombola contou com a consultoria técnica do antropólogo Aderval da Costa Filho e do Instituto Socioambiental (ISA), além do apoio de uma rede social formada por voluntários e diversas associações da região. A ação permitiu ainda que os gorutubanos recebessem diagnósticos oftalmológicos e, em caso de necessidade, óculos gratuitos. Além disso, a Fundação Banco do Brasil atua como parceira da comunidade na implantação de hortas comunitárias e no projeto de captação e distribuição de água. O investimento da FBB nesses projetos é de R$ 725 mil.
O povo gorutubano divide-se em 27 comunidades, que somam cerca de 6.500 pessoas. Remanescente de quilombos, a população da região vive no Vale do rio Gorutuba desde o século XVIII. Vítimas de um enorme processo de expropriação, deflagrado nos anos 40 e intensificado a partir da década de 70, os gorutubanos ocupam hoje pequenas frações de terra, em meio a grandes fazendas de pecuária extensiva. Essa situação faz com que muitos deles plantem em terras emprestadas ou arrendadas, enquanto a maioria restringe suas atividades de subsistência aos quintais de suas casas, criando suínos, caprinos e aves.
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