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Estudantes realizam trabalho social em Brejo dos Crioulos

Estudantes secundaristas fazem trabalho social com quilombolas

Estudantes secundaristas da rede Marista de ensino fazem visitas e trabalho social com quilombolas do Brejo dos Crioulos

Os estudantes secundaristas da Rede Marista de ensino de colégios de Montes Claros, Belo Horizonte e Uberaba estão realizando um trabalho social com os remanescentes quilombolas da comunidade de Brejo dos Crioulos. Os quilombolas vivem na área de um antigo quilombo nos municípios de São João da Ponte e Varzelândia, também no Norte de Minas.
Durante uma semana os estudantes realizarão pesquisas sobre os traços culturais dos quilombolas e sobre os problemas sociais que enfrentam. A equipe é formada por 55 estudantes dos três municípios participantes e, segundo o coordenador do projeto, André Alves de Souza, o trabalho servirá para uma reflexão crítica dos alunos. “Eles moram em grandes centros urbanos, são das classes média-alta e alta e muitas vezes desconhecem essa outra face do Brasil”, afirma.

O trabalho dos estudantes acontece no momento em que os quilombolas sofreram sua maior derrota nos últimos anos. Eles reivindicam a desapropriação de várias fazendas na região, todas na mesma área de um antigo quilombo. Mas a Vara de Conflitos Agrários, em sentença proferida pelo juiz Renato Luis Dresch, fixou multa para coibir as ocupações. O magistrado alega que os fazendeiros possuem as escrituras das terras e, por isso, têm direito à propriedade. Mas na verdade estas terras estão no território tradicional da comunidade e foram griladas há décadas atrás.
“Vamos reforçar a luta dos quilombolas pelos seus direitos. Além disso, 2005 foi considerado pelo Governo federal como o Ano Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Escolhemos Brejo dos Crioulos para mostrar nossa solidariedade à causa, ajudando os moradores no reconhecimento do seu antigo território”, destaca o coordenador André Souza, que integra a Comissão Pastoral e de Solidariedade Marista.

Os estudantes pretendem formular um documento a ser apresentado posteriormente em todas escolas da Rede Marista, visando a obter maior apoio da sociedade em defesa dos quilombolas. No mesmo trabalho, a mãe de um aluno, que é dentista, fará gratuitamente tratamento dentário em todos os remanescentes que precisarem. Paralelamente, um acadêmico de Medicina fará triagem do quadro clínico dos quilombolas.

“Esse trabalho com os quilombolas é feito desde 2003. Já ocorreram quatro excursões a Brejo dos Crioulos. A escolha do local é em virtude desse tema integrar o currículo escolar. Serve também para mostrar um outro Brasil aos alunos, para que eles possam ser agentes de transformação da realidade”, define.

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