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BA – Comunidade de Sapiranga – Ato de violência

Sob a mira de armas e ante o olhar impotente do marido, a dona de casa C.S.J., 20 anos, foi estuprada na madrugada de ontem por um dos três homens que invadiram sua residência, localizada na Reserva de Sapiranga, em Praia do Forte, distrito do município de Mata de São João. Após a violência sexual, os bandidos fugiram levando um botijão de gás, um televisor portátil de 14 polegadas e 110 galinhas. O crime está registrado na delegacia local, que não dispõe de pistas sobre os criminosos.

De acordo com o marido da vítima, o caseiro J. M. C. S., 27, era por volta das 2h30 de ontem, quando ele e mulher acordaram, subitamente, com os três desconhecidos já dentro de casa. Os bandidos haviam arrombado a porta da humilde habitação e, de revólveres e facas em punho, ameaçavam matá-los, caso houvesse reação.

Antes que M. pudesse esboçar qualquer movimento, um dos desconhecidos empurrou C. sobre a cama e começou a estuprá-la. Enquanto a jovem era violentada, um dos bandidos revirava o imóvel em busca de objetos de valor e o terceiro mantinha o marido da vítima sob a mira de um revólver. Apesar da vigilância, o caseiro conseguiu escapar e saiu correndo em busca de ajuda junto aos vizinhos, mas quando retornou o trio já havia partido.

Embora tenha visto o autor de estupro apenas de relance, M. o descreve como um homem moreno claro, não muito alto, aparentando 40 anos: “Se ele passar por mim eu reconheço ele na hora”, assegura.

À frente do inquérito que apura o crime, o delegado João Miranda Pithon, titular de Praia do Forte, encaminhou C. ao Instituto Médico-legal Nina Rodrigues, para exame de lesões corporais e inscrição no Projeto Viver, programa de acompanhamento médico e psicológico a vítimas de violência sexual.

Tensão – A violência sofrida por C. e M. acirrou o clima de tensão vivido nos últimos dias pelas 190 famílias residentes na Reserva de Sapiranga, cuja permanência na área está ameaçada. Em audiência pública na Assembléia Legislativa, na quarta-feira, moradores das comunidades de Pau Grande, Barreiros e Tapera, localizadas no interior da reserva, denunciaram pressões da Fundação Dias d Ávila e da Imobiliária Açu da Torre para que deixem a área.

Como a violência aconteceu dois dias após a audiência pública, boatos entre os moradores insinuavam que o ataque ao casal poderia ser uma espécie de represália à denúncia feita pela comunidade. M. e C., entretanto, preferem não relacionar as duas circunstâncias, que consideram uma trágica coincidência.

Em 22 de fevereiro deste ano, um outro estupro, esse seguido de morte, abalou os moradores da área: a doméstica Cleuza de Jesus Falcão, 22, foi encontrada morta, dentro de um saco plástico e enterrada em uma cova rasa, no interior da reserva. O autor, o biscateiro Ademilson Damásio dos Santos, 22, foi preso dois dias após a localização do cadáver e confessou o crime. Está preso à disposição da Justiça na Delegacia de Mata de São João.

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