Mulheres negras do Baixo Sul da Bahia avaliam situação de comunidades na pandemia
Com a participação de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço, a Articulação de Mulheres Negras do Baixo Sul da Bahia realizou, em 23 de julho, uma assembleia semestral de avaliação e planejamento. O evento fez parte da agenda de mobilização do Julho das Pretas.
O movimento fez uma análise de conjuntura das comunidades da região, e constatou uma piora em problemas estruturais já existentes, como educação, prejudicada pela falta de internet, equipamentos e acompanhamento pelos educadores; transporte, que além de caro, é escasso, dificultando a locomoção de educadores, alunos e das pessoas até a cidade; comercialização, comprometida pela dificuldade de deslocamento citada e pela baixa de vendas; e violência doméstica, crescente principalmente contra mulheres, devido ao isolamento social. Além disso, foi lembrado o aumento de casos de depressão e outras doenças, abuso de poder comercial e as notícias falsas sobre vacinas e uso de máscaras.
Momentos de apoio mútuo
Apesar do agravamento de determinadas situações, a pandemia também tem seus aspectos positivos. As mulheres do Baixo Sul ressaltaram a solidariedade, união, autocuidado, criatividade e aumento na produção dentro das comunidades. No período, houve entrega de cestas básicas, confecção de máscaras, realização da feira local e de rodas de conversa virtuais. Entre essas últimas, ganharam destaque as edições da “Quem cuida de nós? – Refletindo sobre o cuidado com as mulheres negras”, promovidas por KOINONIA. O incentivo e avanço da vacinação também foi um dos pontos altos do período para as comunidades.
O início e o final do encontro foram marcados por uma mística e troca de sementes, mudas e frutos, num ato simbólico de solidariedade e sororidade entre as participantes.
A Articulação de Mulheres Negras do Baixo Sul da Bahia é um movimento que envolve 18 comunidades de cinco municípios da região (Camamu, Igrapiúna, Ituberá, Taperoá, Valença).