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Um chamado à reafirmarmos: Racismos e Intolerâncias, NÃO!

As intolerâncias no Brasil têm uma base estrutural que se repete de acordo com as conjunturas. São intolerâncias religiosas, racismos, lgbtfobias, machismos e misoginias que se cruzam o tempo inteiro, discriminações presentes na sociedade que têm se perpetuado ao longo dos anos pelos sistemas de opressões.

Há 21 anos a Iyalorixá Gilda de Ogum, do Ilê Axé Abassá de Ogum, na Bahia, faleceu em decorrência da violência religiosa. Após diversos ataques aos seus filhos de santo e uma série de mentiras contra a sua casa, Mãe Gilda sofreu um infarto. Contudo, duas décadas depois do ocorrido, não houve mudanças significativas.

Um estudo publicado pelo CCIR (Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos) mostra que dos 1.014 atendimentos realizados pelo CEPLIR (Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos) na cidade do Rio de Janeiro, entre abril de 2012 e agosto de 2015, 71% das denúncias de intolerância religiosa foram feitas por candomblecistas e umbandistas.

Em 2019 uma pesquisa realizada pelo Ministério da Mulher e Direitos Humanos e publicada no jornal Brasil de Fato mostrou que no primeiro semestre daquele ano a intolerância religiosa teve um aumento de 56% em comparação com o ano anterior, e novamente, as denúncias realizadas por adeptos de religiões de matriz africana foram as maiores.

A constatação de que umbandistas e candomblecistas são os mais atingidos pela intolerância religiosa é, também, a evidência da perpetuação do racismo. Dados do Atlas da Violência, em um levantamento feito pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que em 2018,  75,7% das vítimas de homicídio no Brasil eram negras.

De 2008 a 2018 os homicídios contra negros teve um aumento de 11,5%. Em contrapartida, o número de mortes violentas contra pessoas não negras teve uma queda de 12,9%.

É preciso ressaltar que dentro dessas estatísticas estão presentes o tocante gênero e a orientação sexual, como mostrou um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em que foi constatado que entre 2015 e 2017 houve 24.564 registros de violência contra a população LGBTQI+.

69% das vítimas tinham entre 20 e 59 anos, e metade, 50%, eram negras. 46,6% eram transexuais ou travestis e 57,6%, homossexuais, dos quais 32,6% lésbicas e 25% gays, ou seja, as mulheres lésbicas são as maiores vítimas.

No geral, uma mulher é morta a cada sete horas apenas pelo fato de ser mulher, foi o que divulgou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que em 2019 apresentou um levantamento mostrando que, em 2018, 1.206 mulheres foram assassinadas.

BAIXE AQUI O SELO E FAÇA PARTE DESSA REDE!

Chamar a atenção para a importância de adotarmos posturas e práticas antirracistas, anti machistas, lgbtfóbicas e anti capitalistas e contra a qualquer tipo de intolerância, sobretudo em um governo como o que vivemos, parece algo óbvio, mas os dados mostram que a cada dia a necessidade é mais urgente. Urge que sejamos contra a qualquer violência e prática negativa que nos hierarquize.

É urgente que organizações/ coletivos/ comunidades ecumênicas e a sociedade civil em geral esteja unida neste combate, reorganizando nossas lutas e ações. É por isso que estamos lançando o selo “Racismos e intolerâncias: NÃO!”. Este selo estará presente em todas as ações de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço no ano de 2021, mas ele não é só nosso, é de todas as pessoas que lutam contra qualquer prática discriminatória.

Por isso pedimos que se juntem a nós nessa ação em rede, e estejam livres para utilizarem este selo em suas peças de comunicações na semana de afirmação da liberdade religiosa e nas datas que marcam os direitos humanos no brasil. Ele é nosso!

Venha com a gente! Use este selo! Vamos juntes!

Junto ao selo utilize a hashtag #racismointolerancianao nas redes sociais!

Acesse a pasta para baixar as duas versões do selo:
https://drive.google.com/drive/folders/19wgILR9lX7P5_z2NiaFgogYwXeH3-08m?usp=sharing

Em caso de dúvidas, entre em contato:

Natália Blanco – comunica@koinonia.org.br
Luciana Faustine –
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