Dia da Consciência Negra tem ações na Serra da Barriga e mostra de cinema em Maceió
Foto: Assessoria
Por Gabriela Flores
Nesta quarta-feira, dia 20, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra. A data, estabelecida pelo projeto Lei nº 10.639, em janeiro de 2003, e sancionado em 2011, é considerada feriado em todo o estado de Alagoas e em mais de mil municípios brasileiros. O CadaMinuto listou os eventos programados no estado, para quem quiser participar das comemorações do feriado, que tem apenas oito anos de existência oficial nos calendários.
Dia 20 de novembro é a data da morte de Francisco Nzumbi, conhecido como Zumbi, que foi escravizado aos seis anos de idade e se tornou o maior líder do Quilombo dos Palmares. Trata-se de um dia de luta e que tem, em seu prisma de ações, o intuito de manter vivo o espírito de luta e resiliência do líder quilombola.
Em Alagoas, o projeto “Vamos Subir a Serra” está em sua terceira edição, e segundo a assessoria de Comunicação, é considerado o maior evento em celebração ao Mês da Consciência Negra no estado. Direcionado à comunidade negra e à sociedade em geral, o evento propõe experiências de caráter educativo, cultural, político, simbólico e gerador de renda.
Serra da Barriga
Nesta terça-feira, dia 19, as atividades acontecem na Serra da Barriga e encerrando o evento, será realizada a Mostra Quilombo de Cinema Negro, entre os dias 20 a 22, no Centro Cultural Arte Pajuçara, em Maceió.
O Seminário Palmares in Loco, em União dos Palmares, começa com uma visita guiada a Serra da Barriga, onde será feita uma apresentação do Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Na programação do seminário consta ainda o “Tambor Falante: memórias da Humanidade”, um momento de diálogos e trocas de saberes, conforme a organização.
Pluralidade
Maristela Alves, estudante universitária, comentou que há três anos participa das comemorações do Dia da Consciência Negra e disse que sempre se surpreende com a riqueza e pluralidade que a festividade proporciona.
“Na primeira vez que participei achei que seria algo igual às demais manifestações da cultura afro, porém fiquei surpresa com tudo o que vi e aprendi, pessoas do país inteiro e do exterior vêm a Alagoas subir a Serra da Barriga e conhecer a riqueza de um período da história que foi muito duro, mas acredito que não deve ser lembrado com tristeza. Devemos focar na força e na luta dos negros e isso vale para todas as pessoas”, comentou a universitária.
Ela concluiu afirmando que “a maior mensagem que se tira da celebração é a fraternidade e o respeito, esses valores estão acima da raça e da cor de qualquer ser humano”.
Investimentos
De acordo com o diretor de Produção Cultural da FMAC, Keyler Simões, além de garantir as apresentações culturais do Saurê Palmares, a Fundação está viabilizando parte da estrutura do evento.
“Estamos investindo R$ 100.000,00 em estrutura nesta edição do Vamos Subir a Serra, evento que começou no dia 14 de novembro. Além disso, os grupos que participam do Saurê Palmares foram selecionados através de uma chamada pública que destina R$ 1.100,00 para cada atração”, informou o diretor.
O “Vamos Subir a Serra” reúne parcerias das três instâncias do Poder Público, iniciativa privada e a sociedade civil organizada. Realizado pelo Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade integrante do movimento negro alagoano, vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), com recursos do governo federal, por meio da Fundação Cultural Palmares (FCP) e emenda parlamentar no valor de R$ 200 mil, por parte do deputado federal João Henrique Caldas (JHC); além da parceria da Prefeitura de Maceió por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) e Secretaria Municipal de Comunicação (Secom).
Também apoiam o projeto o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) e Secretaria Estadual da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), além do SESI e SEBRAE, entre outras instituições.
FONTE: Cada minuto em 18/11/2019