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Nos 30 anos do TO, conheça o povo quilombola que preserva a cultura e mantém tradição dos antepassados

E nos 30 anos do Tocantins, um povo vem preservando tradições, é a comunidade quilombola Barra do Aroeira, a 150 km de Palmas, que carrega há varios anos uma história de luta e muita resistência. 

No fogão à lenha, as moradoras conservam a cultura de fazer um alimento ensinado de geração a geração, o grolado de puba. "Quando eu era criança, minha avó fazia demais porque puba é muito forte para a saúde. Naquela época, as pessoas que não tinham condições, faziam o mingau e o grolado da puba, que são fortes para dar a crianças", explicou uma das moradores da comunidade.

As músicas antigas que relatam guerras e resistência fazem parte do dia a dia dos moradores, que têm orgulho de contar as memórias que possuem dos antepassados. "Nós trabalhávamos na roça, plantando feijão, milho, batata. Nós éramos donos daqui, somos os donos e os fazendeiros vinham atacar nós. Nós passamos muito aperto", relembra a aposentada Francisca Rodrigues.

A alimentação do povo também é composta por fruta. O caju é abundante na comunidade e ajuda a matar a fome de muita gente. "Hoje o poder do caju é matar a fome e os anseios da nossa comunidade", disse a comerciante Joana Rodrigues.


A semente de baru dá ainda mais força. "Passado o tempo, as pessoas foram descobrindo a maneira melhor de consumir o baru, começaram a torrar, passaram a fazer a paçoca, que é muito gostosa e muito nutritiva", explicou a dona de casa Maria de Fátima Rodrigues.

A comunidade é antiga, mas tem problemas atuais, como a necessidade de água potável. Os moradores afirmam que desde a criação do Tocantins, muita coisa mudou, mas ainda falta o desenvolvimento básico.

"Nós temos enfrentado muitos problemas como a falta de água potável e também a gente sente a falta de apoio para que possamos gerar uma renda melhor", disse Maria de Fátima.

Há dois córregos na comunidade, um deles praticamente secou. O outro, Barra Grande, é importante para as famílias. É nas águas correntes que as famílias lavam as roupas à moda antiga, batendo as peças nas pedras. A preocupação é porque a cada dia, ele diminui mais.

O povo quilombola faz parte da história do Tocantins. Mas antes mesmo de o estado existir, eles já lutavam para não perder a cultura. "É uma luta incansável. Os nossos homens da comunidade já cansaram de lutar, levar ameaça. As mulheres não podem cansar, mesmo que cansem, mas é na luta".

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