O corpo da líder quilombola Maria Trindade da Silva Costa, de 68 anos, foi encontrado pela família no último sábado (24), em um ramal da zona rural da cidade de Moju, no nordeste do Pará. Uma equipe da Polícia Militar e peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) estiveram no local do crime na manhã deste domingo (25).

Familiares da vítima reclamam da demora na remoção do corpo e da chegada de policiais no local.

"Pessoas da comunidade e familiares tiveram que passar a noite toda e a madrugada para resguardar que ninguém mexesse no corpo ou alterasse aqui a cena do crime, sendo que assim que constatamos que era a dona Trindade, já acionamos os órgãos, mas não apareceu ninguém; é um desrespeito", denuncia Danielle Siqueira Pereira, parente da vítima. O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) informou que o corpo da vítima foi enviado ao IML de Abaetetuba.

De acordo com os parentes da líder quilombola, ela era popular na região e conhecida por sua atuação à frente da comunidade Santana da Baixo Jambuaçu, no município de Moju, onde vivia e era representante da Comunidade Eclesiástica de Base (CEB) na localidade. A família nega que ela estivesse sendo vítima de ameaças e acredita que tenha sido vítima de violência sexual, já que nada foi roubado.

"Ela era uma pessoa muito ativa, sempre cruzava todas as comunidades aqui de bicicleta. A última vez que tivemos notícia dela foi na tarde de sexta-feira (23), quando ela saiu para uma dessas visitas e não foi mais vista. No sábado todos se mobilizaram para procurá-la, até que um dos filhos chegou ao ramal do Moura, que é meio distante, com muitos roçados, e encontrou a bicicleta escondida na vegetação, as sandálias que ela usava e parte das roupas rasgadas. Parte do corpo estava enterrado", detalha.