Revista OQ – Especial Planos de Aula: Discutindo quilombos, racismo e relações étnico-raciais
É com muita alegria que apresentamos mais uma edição da Revista do Observatório Quilombola!
Dessa vez, trazemos uma edição especial para professores com dezenove planos de aula sobre escravidão, pós-abolição, quilombos, racismo e relações étnico-raciais.
A ideia surgiu no segundo semestre de 2015, quando tive a oportunidade de oferecer a disciplina “Quilombos Contemporâneos e Ensino de História” para os alunos do Mestrado Profissional em História (ProfHist). Pensamos em produzir um material que pudesse ser consultado por outros professores que desejassem trabalhar com a temática em sala de aula. O resultado foram 12 planos de aula: 1) Ana Carolina Mota – Brasil Império: abolição e resistência negra; 2) Acioli Júnior – Brasil Império: abolição e resistência; 3) Benilson Sancho – Quilombos Contemporâneos no estado do Rio de Janeiro; 4) Déborah Queiroz – Um panorama da resistência à dominação escravista; 5) Karla Rodrigues – Terras quilombolas, redemocratização e a constituição de 1988; 6) Flávio França – Os sentidos de quilombo ao longo de nossas Histórias; 7) Rosana Maia – Quilombos ontem e hoje: afinal, o que é isso? ; 8) Railane Antunes – Cidadania e Direitos Humanos no Brasil: O negro na República Velha; 9) Thaís Silveira – Ressemantizações do conceito de quilombo; 10) Carlos Eduardo Valdez – Educação Quilombola através da música; 11) Eric Rodrigues – Terras quilombolas e culturas afro-brasileiras; 12) Camila Abreu – Quilombos, remanescentes de quilombos e identidade quilombola.
Para quem não sabe, o ProfHistória é um programa de pós-graduação stricto sensu em Ensino de História, coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), oferecido em rede nacional, reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Ministério da Educação (MEC). O objetivo do ProfHistória é proporcionar formação continuada aos professores de História da Educação Básica (ensino fundamental e ensino médio). Na ocasião, minha turma era formada por alunos vinculados à UFRJ, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Os professores lecionavam em escolas públicas (estaduais/municipais) e privadas localizadas nos municípios de: Niterói, Araruama, Cabo Frio, Guapimirim, Piraí, Carapebus, Duque de Caxias, São João de Meriti e Rio de Janeiro. Além das discussões em sala de aula sobre quilombos contemporâneos, encerramos o curso visitando o quilombo de Santa Rita do Bracuí (Angra dos Reis).
Até então essa 4ª edição da Revista OQ seria exclusiva dos alunos do ProfHistória, mas aí, no meio do caminho, mudamos de direção e foi chegando mais gente…
Em setembro, eu e Ana Gualberto viajamos até o município de Cipó (BA) para a realização do seminário temático: “Quilombos contemporâneos: debates sobre a inclusão da temática no currículo escolar”. A atividade foi oferecida às professoras da educação básica que atualmente cursam Pedagogia pelo Plano Nacional de Formação de Professores (ParFor) no polo da UNEB localizado na cidade.
Depois de três dias de seminário e uma visita à comunidade remanescente de quilombo do Caboge, localizada na zona rural da cidade, as alunas se dividiram em grupos e produziram mais seis planos de aula como resultado do nosso encontro, material que também foi incorporado à revista: 13) Discutindo o racismo em sala de aula; 14) Como combater o racismo?; 15) Valorização da cultura quilombola; 16) Diga não ao preconceito racial!; 17) Combatendo o racismo em sala de aula; 18) Contribuição da comunidade quilombola de Caboge para o desenvolvimento da população Cipoense (BA).
Para finalizar, quando já estávamos às vésperas de fechar a edição, recebemos mais uma maravilha contribuição da Fernanda Coutinho Teixeira, aluna do curso de graduação em História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): 19) Pós-Abolição no Vale do Paraíba: os quilombos contemporâneos.
Portanto, trata-se de um trabalho coletivo, que envolveu cerca de 50 professores através de uma conexão maravilhosa entre Rio de Janeiro e Bahia. Espero que esse material sirva como um instrumento para a implementação da Lei 10.639, que institui a obrigatoriedade do ensino de História e da Cultura Afro-Brasileira na educação básica, e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.