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Após paralisação de dois meses, escola quilombola na Bahia volta ao funcionamento com irregularidades

Foto: Ana Gualberto/KOINONIA

Durante um encontro realizado na comunidade quilombola de Nova Esperança, localizada no município de Wenceslau Guimarães, na Bahia, a equipe de KOINONIA e alunos da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA) foram apresentados à narrativa do quilombo e suas situações de conflito. A paralisação pela qual passou recentemente a Escola Municipal Quilombola Caminho da Boa Esperança foi um dos pontos que mais chamou atenção.

Fundado em 2011, o espaço permaneceu fechado por dois meses e vem enfrentando uma realidade que está longe do ideal. Os fatores que levam a este cenário são a falta de pagamento dos profissionais – que têm quatro salários em atraso -, a falta de merenda de qualidade para ser oferecida aos alunos e também o mau funcionamento do transporte escolar, seja por falta de pagamento dos motoristas ou por condições inadequadas das estradas.

De acordo com Lucineide Carvalho, mãe de um aluno e representante da comunidade, são mais de 350 alunos atendidos na escola: além dos estudantes do próprio quilombo, também são atendidos crianças e adolescentes de comunidades vizinhas. “Toda essa situação atrapalha o ano letivo que deveria ter pelo menos 200 dias letivos exigidos por lei”, observa Lucineide.

Foto: Ana Gualberto/KOINONIA

O descaso com a escola vem desde sua fundação. Apesar de quilombola, ela não conta com a implementação total das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola, medida que propõe a aproximação entre o processo educativo e a realidade sociocultural e política destes territórios. Lucineide conta que “não há uma formação específica para os profissionais”. A situação se agrava com a falência do município que impossibilita, ainda, a realização de concursos.

Ana Gualberto, assessora de KOINONIA, diz que a escola significa para a comunidade a esperança de realização de um de seus sonhos: a garantia de educação para alunos do Ensino Fundamental 1 e 2 e Ensino Médio à distância. “Nova Esperança foi certificada pela Fundação Cultural Palmares em 2008 e desde então busca melhorias na sua qualidade de vida através de políticas públicas específicas para estas populações. Construída há menos de 10 anos, a escola é um dos meios de se manter um vínculo comunitário”.

Atualmente, a escola funciona parcialmente. A Secretaria de Educação do município de Wenceslau Guimarães afirma que não existe previsão nem para retorno total das aulas, nem para pagamento dos profissionais.

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