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O Judiciário pensa o quilombo como insurgência e busca uma harmonia coercitiva

Sintetizamos e condensamos algumas falas/discussões do  Seminário "Quilombolas do Pará: Terra, Territórios e Educação", do qual participamos com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas,que  aconteceu nos dias 02 e 03 de junho uma, iniciativa do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação da Amazônia da Universidade Federal do Pará.

O Seminário contou a fala das Prof² Dra. Zélia Amador de Deus, Prof{ Dr. Assunção José Pureza Amaral, lidernaças quilombolas, dentre outros.

Ei-la!

"A disputa pelo território extrapola a luta pela terra. A disputa pelo território começa com a questão da terra, depois chega  a escola., numa disputa pela territorialidade em busca das identidades.

Nós temos muito medo em falar sobre conflitos. O conflito faz parte da vida social e o conflito produz politização. Os quilombolas apreendem o conhecimento da justiça, reconhece-se dono da terra, alinhando assim o pertencimento identitário. Na verdade, o conflito é uma espécie de formação-aprendizado.

E no processo dessa  politização  precisamos fazer uma inversão total para pensar uma escola-quilombola  para enfrentar os diversos problemas que incapacitam a qualidade do ensino, como alunos sem transportes escolar, sem merenda, escolas sem infra-estruturas, orçamento, ou seja uma escola onde os direitos à educação são negados.

Precisamos de Escolas Quilombolas em que haja uma política elaborada de uma forma cuidadosa que dialogue com as especificidades identitárias diversificadas, as identidades raciais.

O Judiciário – mecanismo efetivo para resolver conflitos- pensa o quilombo como insurgência e busca uma harmonia coercitiva.

A harmonia coercitiva insiste em fazer com que os quilombolas ignorem as histórias de lutase resistências. Se não conhecem a história, não podem recriar a memória.

E com o aprendizado os quilombolas já entendem que  a luta não se trata da busca de uma harmonia a qualquer custos. Trata-se de direitos.

Existe também  a estrutura do estado como forma de desmontar, desestruturar a organização política dos quilombos, atrelando-a  a uma estrutura administrativa burocrática.

A disputa pelo território demarca linhas emancipatórias, libertadoras para as comunidades quilombolas."

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