Ameaçado, líder quilombola segue sem proteção
Nos últimos dias, o líder quilombola Paulo Oliveira, da Federação dos Quilombolas de Salvaterra, denunciou ao DOL estar sofrendo ameaças por parte do prefeito do município, Valentim Lucas de Oliveira (PSDB).
Na última sexta-feira (06), o Ministério Público Federal (MPF) requisitou à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) que assegure a proteção policial em caráter emergencial para o líder quilombola Paulo Oliveira, que veio a Belém com a família fugindo de ameaças de morte. Um Boletim de Ocorrência foi feito e, posteriormente, protocolado no Ministério Público do Pará para reforçar a denúncia e pedir proteção.
Apesar do pedido e de uma suposta autorização para sua proteção, nada foi feito e, praticamente uma semana depois, nada mudou. Pela manhã, Paulo informou que segue "sitiado" em sua residência, com esposa e a filha. "Não me sinto seguro nem para ir em outra rua, imagine para ir a Belém novamente para pedir proteção", lamentou.
Ainda de acordo com ele, na quarta-feira (11) pela manhã foi até o Fórum do município para cobrar proteção. "Algumas pessoas da Polícia Civil e Militar me informaram que nenhuma ordem chegou para me protegerem, então temo que algo aconteça a qualquer momento. Fui até o Fórum para uma audiência, mas o prefeito negou tudo e ainda demosntrou grande proximidade ao juiz", afirmou temeroso.
A reportagem do DOL entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado para saber se alguma equipe já foi destacada para proteger o líder quilombola e sua família. Além disso, entrou novamente em contato com a Prefeitura de Salvaterra para saber o posicionamento oficial sobre o caso e com o Ministério Público sobre a denúncia.