Quilombolas recebem a maior ação de governo da história de Goiás
A comunidade Quilombola Kalunga do Engenho II, localizada na Serra da Ave Maria, no município de Cavalcante,receberá a maior ação pública de governo de sua história. Nos próximos dias 12 e 13 de maio, o Governo de Goiás via Secretaria Cidadã e demais órgãos públicos entregam dezenas de benefícios às famílias quilombolas. Vão ser entregues canoas com motores, motos para transporte de agentes de saúde, cheques reforma, transferência de recursos para compra de ambulâncias e mais de 20 serviços do programa Ação Cidadã. O governador de Goiás Marconi Perillo já confirmou presença juntamente com a secretária Cidadã Lêda Borges.
Além de Cavalcante serão beneficiados outros municípios que possuem comunidades quilombolas como Alto Paraíso, Flores, Monte Alegre, Niquelândia e Teresina de Goiás.
Somente com o programa Ação Cidadã serão realizadas a emissão de RG, CPF, segunda via de certidão de casamento, corte de cabelo, distribuição de fraldas geriátricas, enxovais para gestantes, entrega de mudas para reflorestamento, além de cursos com o Sebrae. Também será ofertado curso de apliques de cabelo, tranças e turbantes na Oficina da Beleza Negra.
A Comunidade Engenho 2 é considerada a maior vila de quilombolas kalungas do Estado de Goiás. Ao todo são 200 famílias residentes.
Benefícios a serem entregues no dia 12/05:
300 cheques reforma para Alto Paraíso, Cavalcante, Flores, Monte Alegre, Niquelândia e Teresina de Goiás
05 canoas e 03 motores para Associação dos Quilombolas Kalungas
12 motos para Cavalcante
Distribuição de fraldas geriátricas, enxovais para gestantes e cobertores.
Distribuição de mil mudas para reflorestamento
+ 20 serviços da Ação Cidadã (incluindo oficina da Beleza Negra, emissão de documentos, passaporte do idoso, passe livre do deficiente)
E ainda:
Assinatura da Ordem de Serviço de Transferência de recursos fundo a fundo da SES para SMS de Cavalcante, Teresina e Monte Alegre para compra de 03 ambulâncias;
Assinatura de Ordem de Serviço para aquisição de motos para as comunidades de Teresina de Goiás e Monte Alegre;
Início da reconstrução de duas pontes e um bueiro que haviam sido levados pela enchente no Rio Prata.
Beleza natural
A região habitada pelo povo Kalunga está localizada na microrregião Chapada dos Veadeiros, nordeste do Estado de Goiás, à 600 km de Goiânia e 330 km de Brasília. Banhada pelos Rios Paranã e de Almas, repleta de cachoeiras. Assim é a região em que habitam as comunidades de quilombolas kalungas em Cavalcante de Goiás. A beleza natural é algo que impressiona aos visitantes.
A Cachoeira Santa Bárbara é considerada uma das mais bonitas do Brasil. Localizada na comunidade do Engenho II, suas águas têm vários tons de azul, transparentes e muito limpas atraem turistas de todas as partes do mundo. A visita à cachoeira é feita por meio de guias que estão à disposição na Central de Atendimento ao Turista (CAT), bem no centro da comunidade.
Às margens do rio Paranã, afluente do Tocantins, a comunidade dos Kalunga está situada numa área de Cerrado. A área está dividida em cinco núcleos: Vão do Moleque, Ribeirão dos Bois, Vão das Almas, Contenda e Kalunga, cada um subdividido em várias localidades. Essa área é caracterizada por relevo acidentado, que dificulta o acesso a essas populações e das comunidades até os centros urbanos. Essa situação foi favorável para manter os Kalungas isolados, preservando a identidade do grupo e o protegendo de ataques dos brancos.
História
Nos municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, cerca de vinte comunidades remanescentes de quilombos mantiveram-se isoladas por quase trezentos anos.
Esta população, estimada em 10 mil pessoas, conservou traços de sua cultura e uma forma muito especial de empregar e entoar as palavras.
Num tempo em que no Brasil não havia liberdade para negros, eles se embrenharam no sertão goiano. Venceram as dificuldades e descobriram no vão das serras a chance de reconstruir suas vidas. Chamaram este lugar de Kalunga.
Kalunga é o nome de uma árvore do cerrado brasileiro com poderes de cura e também de um córrego no Vão do Paranã. Na língua banto, Kalunga significa lugar sagrado.