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MPF pede proteção a quilombola ameaçado no Pará

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Secretaria de Segurança Pública do Pará (SEGUP) que garanta a proteção policial em caráter emergencial para o quilombola Paulo Oliveira, presidente da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado do Pará, que denunciou estar sendo vítima de ameaças de morte em Salvaterra, no arquipélago do Marajó.

“Estou com medo pela minha família. Mas não me arrependo nenhum minuto pelas denúncias. Vou continuar lutando pela comunidade. Quero proteção policial das autoridades para que eu possa continuar fazendo meu trabalho, se eu estiver morto, não vou poder fazer mais”, conta Oliveira.

O líder quilombola esteve recentemente acompanhando o MPF em visitas na região de Salvaterra, denunciando a situação das comunidades Boa Vista e Mangueiras, que enfrentam problemas como abandono de equipamentos públicos e equipamentos precários de saúde e educação. Após a visita, ele conta que passou a receber ameaças e por isso decidiu fugir com a mulher e duas filhas.

Em ofício enviado na última sexta-feira (6) ao secretário de segurança pública Janeau Jansen, em Belém, a procuradora da República Melina Tostes requereu o destacamento de policiais para acompanhar e proteger a família em caráter emergencial enquanto se definem medidas permanentes para garantir a segurança de todos.

Ameaças
Em entrevista exclusiva ao G1, Paulo Oliveira revelou que foi alvo de uma tentativa de homicídio sofrida junto com a própria família no último dia 6 de abril, na cidade de Salvaterra. De acordo com o quilombola, o prefeito Valentim de Oliveira teria tentado atropelá-lo após ele ter feito denúncias ao Ministério Público Federal (MPF) sobre o estado precário das escolas e postos de saúde nas comunidades quilombolas do município.

“Era por volta das 19h40. Eu estava com minha mulher e minha filha de três anos na rua, quando percebemos aquela luz do farol do carro se aproximando rapidamente. Minha esposa tirou a nossa filha da frente do carro e conseguimos escapar. Ia pegar a gente de costas. Depois o carro voltou e desceu o prefeito, que fez várias ameaças”, relata.

O G1 procurou o prefeito Valentim de Oliveira que, por telefone, negou todas as acusações e afirmou que irá procurar a Justiça para conseguir seus direitos. O prefeito acusa ainda Oliveira de buscar favorecimento financeiro e que as atitudes têm caráter político.

Paulo conta que após o fato, solicitou proteção da Polícia Militar, que resguardou a residência da família, onde também funciona a sede da Federação, durante a noite. Já no dia 7 de abril, ele afirma que não saiu de casa com medo e voltou a receber ameaças de uma pessoa que ligou de um número privado para o celular dele.

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