Um projeto de arrecadação financeira foi iniciado este mês com o objetivo de viabilizar a construção do Centro de Memória Mãe Tete, no quilombo de São José da Serra, e recuperar o tradicional terreiro de umbanda do distrito Santa Isabel do Rio Preto, ambos localizados no município de Valença, no Rio de Janeiro. 

 

Fundado na década de 1960 pela matriarca Zeferina, atualmente o espaço religioso é administrado por Mãe Tete e possui sólida relação com o quilombo pelo fato de a maioria dos filhos do terreiro ser moradora da comunidade.

 

Robson Soares, membro do terreiro e assistente social, artista, produtor e fundador da Associação Cultural Companhia de Aruanda, é quem está à frente do projeto. Segundo ele, após uma avaliação técnica feita por um especialista da construção civil, foi possível concluir que os custos para reformar o espaço religioso seriam altos devido a dois motivos: “primeiro por conta de uma encosta que está prestes a desmoronar, segundo pela laje, que foi construída de forma equivocada”.

 

A comunidade de São José da Serra tem como formas de sustento o cultivo de produtos agrícolas e ações culturais lá realizadas, o que torna inviável o financiamento por parte dos quilombolas tanto da construção, como da reforma. Contudo, é fundamental para preservação do quilombo a realização dos objetivos do projeto, pois “permitirá que a comunidade dê continuidade à sua tradição, resguardando sua identidade e propagando a religiosidade”, afirma Robson.

 

O valor para doação é livre e qualquer pessoa pode participar. Basta acessar este link e clicar no botão “contribua”, localizado à direita da página.

 

A religiosidade no quilombo São José da Serra

“A umbanda do quilombo São José sempre esteve pautada na caridade fazendo valer o principal mandamento da religião." Após a partida de Mãe Zeferina, Mãe Tete assume o posto com o mesmo compromisso que sua mãe carnal e de santo tinha, que era continuar com a bandeira da umbanda e fomentar a caridade. 

 

"O terreiro de umbanda do quilombo São José é mais do que um espaço de se praticar uma religião, é um espaço de união, caridade, amor, paz e ajuda ao próximo. Essa é uma tradição que se perpetua durante anos e que faz parte da tradição daquele povo e de sua identidade”.