Presidente da Federação Estadual dos Quilombolas do Estado do Pará denuncia prefeito de Salvaterra
Por Paulo Marcelo Braga
No início desta noite, na 6 rua de Salvaterra, às proximidades do Banco Bradesco, o Sr. Paulo Oliveira, Presidente da FEDERAÇÃO DOS QUILOMBOLAS DO ESTADO DO PARÁ, caminhava com sua esposa e sua filha de menor idade, quando o carro de propriedade do prefeito Valentim Lucas de Oliveira quase atropelava a família quilombola.
Segundo Paulo, o acusado político Valentim teria dado ré no veículo na tentativa de consumar o atropelamento. Com a esquiva dos transeuntes, o prefeito teria descido com um objeto semelhante a uma “arma de fogo” e proferido uma petulante AMEAÇA DE MORTE ao denunciante.
Diante da violência sofrida, Paulo se dirigiu com urgência para a delegacia a fim de registrar a ocorrência devida contra Valentim.
Em companhia de parte de sua confraria, o prefeito também se deslocou para a delegacia onde já havia feito a denúncia de que o líder quilombola estadual, acompanhado de um “pseudo Procurador Federal”, estavam adentrando em repartições municipais sem autorizações legais.
A Guarnição da Polícia Militar esteve presente na delegacia, manteve a ordem no local e evitou o tumulto entre o representante estadual dos Quilombolas e o prefeito municipal.
Segundo Narha Oliveira Diretora etno-cultural da entidade quilombola: “Quem está na cidade é o PROCURADOR FEDERAL PATRICK MENEZES COLARES, com o objetivo de inspecionar cada escola e posto de saúde quilombola, por motivo de denúncias encaminhadas ao Ministério Público Federal”.
Paulo Oliveira já informou o fato a Paulo Maldos, Secretário Nacional de Direitos Humanos e deverá registrar a ocorrência na corregedoria de Polícia Civil, além de procurar a Superintendência da Polícia Federal em Belém, para solicitar a devida providência para resguardar sua vida da violência da AMEAÇA DE MORTE que teria sido proferida pelo prefeito.
Nota da Mamapress:
Através dos grupos em contato com o SOS RACISMO BRASIL, observamos uma crescente onda de violência contra quilombolas e camponeses por todo o Brasil.
À falta de um comando central devida à crise política no país, pequenos ditadores, às vezes prefeitos, à vezes juízes, quase sempre com policiais a serviço de poderosos grileiros locais de terra, ameaçam, prendem espancam ou matam as lideranças das pequenas organizações de quilombolas e camponeses locais, que ousam contrariar os interesses latifundiários dos pequenos grandes ditadores locais, ao exigirem o cumprimento das leis e da Constituição. que lhes que deveriam assegurar os seus direitos em um estado democrático.
A Mamapress, está fazendo contatos com as agências de notícias nacionais e internacionais, para que desmandos como o que está acontecendo em Salvaterra, na Ilha do Marajó, sejam denunciados e cheguem ao grande público.