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UFPI poderá ter curso para comunidades quilombolas

O Curso de Bacharelado em Direito da Universidade Federal do Piauí (UFPI) poderá ofertar turmas específicas formadas por moradores de comunidades quilombolas. O projeto, elaborado por iniciativa do "Núcleo de Pesquisa Sobre Africanidades e Afrodescendência (Ifaradá) com a participação da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas no Estado do Piauí (CECOQ) e da Comissão de Educação da Ordem dos Advogados do Brasil no Piauí (OAB/PI).


Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil


O projeto, com previsão de oferta de 60 vagas, foi analisado e aprovado em Brasília pela Comissão Pedagógica Nacional do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). De acordo com Sueli Rodrigues, professora do Departamento de Direito da UFPI, a proposta será analisada pelas instâncias da Universidade das quais dependerá a aprovação e posterior implantação das turmas. “A nossa expectativa é que ela seja aprovada”, declara a professora.


Sueli Rodrigues  Foto: Divulgação


Ainda de acordo com Sueli Rodrigues, a seleção dos interessados no curso, caso a proposta seja aprovada, será específica e terá como critério básico pertencer a uma comunidade quilombola. Essa certificação será emitida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), órgão que acompanha e assiste essas comunidades.

A Universidade Estadual do Piauí (UESPI) também está nesse processo de oferta de turmas específicas de cursos superiores para comunidades quilombolas. Para a coordenadora de formação do grupo afro Coisa de Nego, Assunção Aguiar, esse processo já está na fase de elaboração dos planos de cursos, e serão oferecidas turmas específicas para comunidades quilombolas e de assentamento com 150 vagas distribuídas pelos cursos de Agronomia, Ciências Sociais e História. “A proposta é que essas turmas sejam implantadas no segundo semestre de 2016, no campus de Picos, através de uma seleção específica”, afirma.


Assunção Aguiar  Foto: Ascom/Sasc


Segundo Assunção Aguiar, a iniciativa de criação das turmas específicas partiu da Comunidade Quilombola “Costaneira Tronco”, localizada no município de Paquetá do Piauí, e foi prontamente acolhida pela UESPI.

As propostas de criação das turmas específicas da UESPI e UFPI irão beneficiar moradores das 180 comunidades quilombolas reconhecidas e cadastradas no Piauí, a maioria delas concentradas no semiárido piauiense.

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