• (21) 3042-6445
  • comunica@koinonia.org.br
  • Rua Santo Amaro, 129 - RJ

Cultura e luta quilombolas em Belo Horizonte

De 6 a 8 de novembro, será realizado em Belo Horizonte o Canjerê – 1o Festival de Cultura Quilombola de Minas Gerais. Ao longo dos três dias,  o público poderá conferir feira de artesanato, produtos agrícolas e  da culinária quilombola, apresentações de grupos culturais, shows com  artistas reconhecidos da música afro-mineira, debates, oficinas e
 cortejo _(veja abaixo programação completa)_. Do Festival, que será  realizado na Funarte MG (Rua Januária, 68, Floresta) e terá entrada  gratuita, farão parte 60 comunidades quilombolas vindas de 27  municípios mineiros. O Canjerê é uma iniciativa da Federação das  Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (N’Golo), que articula as  comunidades de todas as regiões do estado. A abertura oficial será no  dia 6, às 18h.
 
 Para as comunidades quilombolas, a cultura sintetiza a existência, a  ancestralidade e a tradição. De um lado, o Canjerê permitirá que a  população de Belo Horizonte e de Minas Gerais conheça a riqueza das  manifestações culturais negras que constituíram o país e o estado e  que, a despeito dessa importância, ainda encontram-se sobre um manto de
 invisibilidade. Do outro, pretende reforçar a necessidade de  reconhecimento e de proteção. Pesquisa divulgada em 2013 pelo Centro  de Documentação Eloy Ferreira da Silva revela que, em Minas Gerais,  existem cerca de 500 comunidades quilombolas identificadas. Contudo, o  acesso à informação, ao reconhecimento legal e às ações de apoio
 econômico e de infraestrutura previstas pelo Programa Brasil Quilombola  ainda não são efetivas na maior parte delas.
 
 O projeto está realizando ainda uma série de debates que antecedem o  Festival. O próximo, marcado para dia 04 de novembro, na Fafich,  discutirá, a partir das 14h, os temas “Comunidades Quilombolas e  Trabalho: Construção da cidadania, geração de renda e emancipação  política” e “Mulheres Quilombolas na luta pelo Bem Viver”.
 Também integrará o Canjerê um treinamento para jovens quilombolas  participantes para que possam realizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR).  
 
 O Canjerê conta com patrocínio da CODEMIG por meio do Edital de  Seleção Pública de Patrocínio a Eventos da Secretaria de Estado de  Governo de Mina Gerais (Segov) e apoios do Instituto Estadual do  Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG, da  Superintendência Regional do IPHAN em Minas Gerais, da Secretaria de
 Estado de Cultural de Minas Gerais – Superintendência de  Interiorização e Ação Cultural, do Ministério Público do Estado de  Minas Gerais – Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social,  dentre outros.
 
 N’ GOLO
 
 Rompendo com uma concepção histórica do termo quilombo, os  remanescentes quilombolas emergiram o cenário político brasileiro  mediante reconhecimento enquanto sujeitos de direitos, tendo na  Constituição de 1988 o advento de uma nova conceituação. Designados  como: "grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição,  com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais  específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a
 resistência à opressão histórica sofrida", essas comunidades saíram  de uma histórica invisibilidade, tida até então como uma estratégia  de sobrevivência dos antigos quilombos. Com o reconhecimento desses  grupos enquanto uma categoria social e a consequente promulgação de  direitos específicos – pautados pela afirmação de uma reparação  diante de uma desigualdade historicamente estabelecida – o tema passou  a ser pauta em âmbito acadêmico, cultural, político e,
 principalmente, nos movimentos sociais. Em Minas Gerais, a  representatividade política se deu através da Federação das
 Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (N’Golo), criada em 2005. A  instituição tem colocado na pauta política a emergência de  políticas públicas efetivas e de uma maior intervenção junto às  comunidades remanescentes de quilombos do estado. 


 PROGRAMAÇÃO
 
 DIA 06/11, SEXTA-FEIRA, DE 15 ÀS 22H
 
 Subida do mastro: Guarda de Moçambique de São Benedito (Carrapatos da  Tabatinga) e Candombe do Matição. Filhos de Zambi (Arturos) e show com  Sérgio Pererê
 
 DIA 07/11, SÁBADO, DE 11 ÀS 22H
 
 Candombe e Grupo de Dança (Açude), Folia de Reis e Dança de Roda  (São Félix), Folia de Reis, Caboclinho e Cantiga de Roda (Espinho),  Batuque (Indaiá do Barro Preto), Dança da Mumbuca (Córrego Mestre),  Batuque (Brejo dos Criolos), Batuque de Crianças (Baú), Danças de  Congado (Brejo, Mocó dos Pretos, Vila Santo Isodoro, Catitu do Meio,
 Misericórdia, Gravatá, Água Suja e Quebra Bateia), Folia de Reis e Batuque (Gurutuba), Batuque da Lapinha (Lapinha) e shows com Sempre  Samba (Carrapatos da Tabatinga) e Pereira da Viola 

 
 DIA 08/11, DOMINGO, DE 10 ÀS 18H
 
 10h – Cortejo com Irmandades do Rosário da FUNARTE até a Igreja  São José, no Centro, e descida do mastro: Guarda de Moçambique de  São Benedito (Carrapatos da Tabatinga), Congado de Berilo e Chapada do  Norte (Brejo, Mocó dos Pretos, Vila Santo Isodoro, Catitu do Meio,  Misericórdia, Gravatá, Água Suja e Quebra Bateia), Reinado dos  Arturos, Guarda de Moçambique (Sapé/Marinhos), Congo de Córrego de  Meio, Catopê de Milho Verde (Ausente) e Marujada de ASCAXAR. Grupo  Minorê Dança Afro (Carrapatos da Tabatinga) e Capoeira e Samba de Roda  (Manzo Ngunzo Kaiango)
 
 DURANTE TODOS OS DIAS: feira de artesanato, produção agrícola,  bebidas e culinária quilombola. COMUNIDADES PARTICIPANTES: Arturos  (Contagem-MG), Ascaxar (Dom Joaquim-MG), Baú, Ausente, Fazenda Santa  Cruz, Queimadas e Vila Nova (Serro-MG), Brejo dos Crioulos (São João da Ponte-MG), Roça Grande (Berilo-MG), Buraquinhos, São Felix e São  José do Barro Vermelho (Chapada Gaúcha-MG), Buriti do Meio e Bom  Jardim da Prata (São Francisco-MG), Carneiro, Água Limpa de Cima,  Água Limpa, Santa Cruz e Água Preta de Baixo (Ouro Verde de Minas-MG), Carrapatos da Tabatinga (Bom Despacho-MG), Chacrinha dos Pretos (Belo Vale-MG), Espinho (Gouveia-MG), Gurutuba (Jaíba-MG), Indaiá e Barro  Preto (Antônio Dias-MG), Ivo (Braúnas-MG), Mangueiras e Manzo Ngunzo  Kaiango (Belo Horizonte-MG), Marobá e Marobá dos Teixeira  (Almenara-MG), Mumbuca (Jequitinhonha-MG), Onça de Cima, Pega, Curral Novo, Almas, Capim Puba e União do Rosário (Virgem da Lapa-MG), Pradinho (Bertópolis-MG), Raiz (Presidente Kubitscheck-MG), Três
 Barras, Buraco e Cubas (Conceição do Mato Dentro-MG), Sapé e Marinhos  (Brumadinho-MG), Alegre (Januária-MG) e Quilombo Praia (Manga-MG). 

 
 SERVIÇO
 
 CANJERÊ – 1O FESTIVAL DE CULTURA QUILOMBOLA DE MINAS GERAIS
 
 6 a 8 de novembro de 2015
 
 Funarte MG – (Rua Januária, 68, Floresta)
 
 Entrada Gratuita
 
 DEBATES
 
 4 de novembro de 2015
 
14h – Comunidades Quilombolas e Trabalho: Construção da cidadania, geração de renda e emancipação política

17h – Mulheres Quilombolas na luta pelo Bem Viver
 
Auditório Professor Bicalho, 1o andar, Fafich – UFMG

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo