• (21) 3042-6445
  • comunica@koinonia.org.br
  • Rua Santo Amaro, 129 - RJ

Polícia investiga denúncias de abuso sexual contra meninas negras de comunidade quilombola em Goiás

O governo federal tomou conhecimento, nesta quinta-feira (16), da suposta ocorrência de trabalho infantil e exploração sexual contra crianças e jovens negras em Cavalcante (GO), cidade a 310 km de Brasília e localizada na Chapada dos Veadeiros.

Os relatos dos abusos, que estão sendo investigados pela Polícia Civil, foram transmitidos à Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República) pelo presidente da Associação do Quilombo Kalunga de Cavalcante (GO), Vilmar Souza Costa. O assunto veio à tona há dez dias e a polícia local apura o possível envolvimento de  vereadores e ex-vereadores do município em casos de assédio sexual cometidos contra crianças e adolescentes negras.

Segundo o presidente da associação, que presta auxílio às famílias remanescentes de ex-escravos na região, representantes da Seppir prometeram visitar a comunidade quilombola entre os dias 23 e 25 de abril. Ele pediu a instalação de escolas dentro da comunidade que reúne aproximadamente 7.000 pessoas.

Por causa da inexistência delas no interior da comunidade, distante 140 km da sede do município, crianças e adolescentes são obrigados a viver em casas de família onde supostamente ocorrem os abusos. Elas trabalhariam em troca de alimento e estariam em situação vulnerável por viverem longe dos pais.

Ao R7, o ouvidor nacional da Igualdade Racial, Carlos Alberto Silva, disse que os relatos são estarrecedores porque a prática do abuso seria constante.

— É preocupante a situação dessas meninas porque além de trabalharem sem receber salário, estão expostas à violência sexual.

Ele informou que uma comissão composta por representantes da Seppir, da Secretaria de Direitos Humanos e da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República, além de membros da Fundação Palmares, vai se encontrar com o secretário de Segurança Pública de Goiás e com autoridades do Poder Judiciário goiano na próxima quinta-feira (23) no município. Eles discutirão o andamento das investigações e avaliarão o que pode ser feito de imediato para diminuir os riscos das adolescentes kalungas que vivem em casas de família na cidade.

De acordo com o Conselho Tutelar de Cavalcante, denúncias contra membros da comunidade kalunga são frequentes.

Segundo apurou a TV Record junto ao delegado Diogo Luiz Barreira, responsável pela investigação na Polícia Civil, o inquérito dessas denúncias surgiu no final de 2014, a partir de apontamento do Ministério Público de Goiás. O delegado também informou que Cavalcante registra, em média, cinco inquéritos similares por ano.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo