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A Pedra cai no samba

Dois de dezembro, Dia Nacional do Samba, Pedra do Sal. Integrantes do Quilombo Pedra do Sal  comemoraram a data como manda a tradição. Afinal, o ritmo nasceu na região, dizem, diante das pedras escavadas por africanos escravizados que carregavam o sal morro acima. Grandes nomes da música como Pixinguinha, João da Baiana (que dá nome ao largo) e Donga surgiram em afoxés e animadas rodas das tias baianas. Grupo Derê, Afoxé Filhos de Gandhi e a cantora Márcia Moura Partideira atraíram mais de 2 mil pessoas, entre moradores da Região Portuária e de diversas partes da cidade. O evento, há 13 anos no calendário oficial das comemorações teve cerimônia religiosa, roda de capoeira do mestre Graúna e  lavagem da Pedra do Sal pelas tias baianas.

Marilúcia Luzia, coordenadora da Frente Nacional de Defesa dos Territórios Quilombolas, descreve  o samba como uma contribuição da herança cultural africana e vê grande importância em comemorar a data. "Como militantes da causa quilombola e também descendentes de escravos, não podemos deixar a data passar em branco, assim como não passou o dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Precisamos sempre assumir esse compromisso com a cultura Afro-Brasileira", revela.

Há 10 anos Allan Raphael Guimarães, morador da Saúde, frequenta a Pedra do Sal. "Sou nascido e criado na região e todos os anos participo e ajudo nos preparativos da festa", orgulha-se Alan, diretor de Harmonia da escola de samba Unidos da Tijuca. "Fizemos uma brincadeira para comemorar esse dia. Afinal o samba é isso, pra gente se divertir, brincar e aproveitar a companhia dos amigos", resume.

Coordenadora da Turma da Paz de Madureira, Barbara Rigaud representou o grupo na celebração. "Na Pedra do Sal, estamos em nosso polo cultural. Aqui temos nossas histórias, nossos ascendentes. É uma harmonia muito gostosa e favorável à nossa cultura", define, enquanto caía no samba.

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