PNUD apoia o I Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas
Cerca de 90% das lideranças quilombolas do país estiveram reunidas em Brasília do dia 13 ao dia 15 de maio para a o I Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas – O protagonismo das mulheres quilombolas: avanços e desafios. O evento é um marco para a luta pela igualdade e contra a discriminação racial, patrimonial e de gênero.
O encontro é uma realização da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (CONAQ), com o apoio do PNUD, da Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
O ato de abertura teve uma cerimônia espiritual de recepção, com rezas para Oxum e leitura de uma carta redigida por um coletivo de mulheres da CONAQ, além de contar com uma apresentação musical da canção “Disparada”, de Geraldo Vandré e Theo de Barros.
“É uma honra participar de uma mesa com tantas mulheres que fazem parte da luta pela igualdade e contra o racismo”, disse Jorge Chediek, representante residente do PNUD no Brasil e coordenador residente do Sistema ONU no país. “Devemos lutar para erradicar o racismo das políticas públicas e das relações internacionais. É esse o mundo que a ONU tenta construir”, ressaltou.
Em parceria com a SEPPIR e a Fundação Ford, o PNUD participa do projeto “Quilombos Sustentáveis”, que busca fortalecer os movimentos sociais e auxiliar o governo brasileiro na implementação de ações vinculadas ao Programa Brasil Quilombola, cujo objetivo é a regularização dos territórios quilombolas e sua inserção nos programas sociais federais.
Durante o evento, foi abordado o papel da mulher na luta quilombola, a discriminação que as mulheres negras sofrem, e o fato preocupante da violência – na maioria das vezes mais forte – contra as mulheres quilombolas, não apenas no aspecto físico, mas também nos aspectos psicológico, moral e territorial.
“Nós, mulheres negras, somos colocadas no lugar da criança, aquela que ainda está aprendendo. Geralmente, quem está nessa fase precisa de alguém que fale por ele. Lutar contra isso é um desafio muito grande e realizar o I Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas nos permite não sermos mais tratadas como crianças”, afirmou a ministra da SEPPIR, Luiza Bairros.
O Encontro de três dias, realizado na capital federal, contou com a presença de cerca de 150 mulheres quilombolas.