Acidentes e atropelamentos são constantes no entorno do quilombo Campinho da Independência,em Paraty
Ouvir o som de ambulâncias se aproximando da comunidade remanescente de quilombo Campinho da Independência já é comum. Quando isso acontece, os moradores já sabem o motivo: acidente próximo ao quilômetro 584 da BR-101 (Rio-Santos), acontecimento constante na região. Alguns casos terminam, inclusive, em morte. Já são oito óbitos.
De acordo com Simone Bihan, quilombola de Campinho da Independência, há cinco anos a comunidade solicita ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) a instalação de um redutor de velocidade, mas, de acordo com o órgão, a comunidade, formada por 500 pessoas, não possui um número populacional suficiente para ser atendida.
A situação fez com que no último dia 1º de maio representantes quilombolas interditassem a rodovia em protesto pela falta de solução. Por conta do feriado nacional pelo dia de trabalho, somente o presidente da Câmara dos Vereadores de Paraty, Luciano de Oliveira Vidal (PMDB), foi ao local para entender o motivo da ação:
– Somente o presidente da câmara, o Vidal, veio até aqui. Foi gerado mais um ofício a partir dessa visita no qual consta um prazo de dez dias para a resolução do problema, mas já se passaram quinze e até agora nada. – afirma Simone.
Muitos ofícios foram gerados durante o processo. A população mantém registrada a posição negativa tomada pelo DNIT, bem como as promessas de resolução do caso feitas por representantes do governo municipal. “Além dos tantos ofícios, anexamos também os atestados de óbito”, compartilha a quilombola, que disse ainda que em breve os moradores, que começam a ganhar o apoio da população de bairros próximos que enfrentam o mesmo problema, farão mais uma manifestação. – Queremos dar visibilidade ao caso e por isso estamos organizando mais uma manifestação na BR-101. – avisa.