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Mulheres de comunidade quilombola produzem artesanato e licores

A produção de brincos, colares e artesanato tem sido fonte de renda há mais de dez anos para um grupo de mulheres da vila do Abacatal, em Ananindeua, na região metropolitana de Belém.

As artesãs integram uma comunidade remanescente dos quilombolas, descendentes dos escravos fugidos dos engenhos de cana de açúcar e das fazendas, quando conseguiam escapar, formavam pequenos vilarejos chamados “quilombos”.

Em 2006, o programa ‘É do Pará’ mostrou o artesanato produzido no Abacatal, quando a comunidade havia começado a beneficiar sementes, processar matérias primas e criar embalagens. Sete anos depois, a variedade de produtos artesanais diminuiu. Não há mais beneficiamento de sementes e a expansão do negócio foi comprometida pela falta de máquinas próprias. No entanto, as limitações não impediram o surgimento de novas atividades.

O grupo de mulheres começou a produzir licores e desenvolveu uma técnica para decorar as garrafas. “É um orgulho ser de uma comunidade quilombola e mostrar um trabalho desse para a sociedade", conta Ana Lucia Silva, ressaltando o valor histórico da produção: "a pessoa não leva somente um licor pra casa, leva um pouco da história de uma comunidade quilombola”.

O sentimento de realização pessoal também passou a fazer parte da rotina de Maria Anunciação Costa, antes dona de casa e agora aspirante a empresária. “A gente tem o nosso próprio dinheiro, e já está se mantendo”, disse Maria. Há poucos dias foi iniciada a primeira turma de produção de bombons regionais, atividade que já representa uma nova esperança de renda futura para comunidade.

A manutenção da relação de harmonia entre a comunidade e o meio ambiente garante a preservação da área de extração das matérias primas utilizadas nos produtos, desde as frutas até a argila usada na cerâmica, como afirma a agricultora Edinalva Cardoso: "a gente convive e usufrui dela também. A gente planta para poder colher".

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