Conselho de Direitos Humanos exige investigação de crimes denunciados por quilombola
O Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) exige a apuração imediata das denúncias publicadas em Século Diário no último domingo (9). Na reportagem, o quilombola Manoel Pedro Serafim denuncia que a Aracruz Celulose (Fibria), nos últimos anos, vem intensificando o uso de veneno no norte do Estado. A pratica abusiva vem causando mortes e doenças aos moradores da região.
Na segunda-feira (10), Século Diário noticiou que um incêndio destruiu boa parte da roça de coco de Serafim, que afirmou, convicto, que ação fora criminosa. Ele assegurou que atearam fogo em suas terras em represália às denúncias que fez contra a empresa. “Eles incendiaram minhas terras para me intimidar, mas isso não vai me intimidar. Vou seguir lutando para impedir que o veneno continue matando as pessoas”, avisou.
O presidente do CEDH, Gilmar Ferreira, após tomar conhecimento das graves denúncias documentadas na reportagem no domingo e do incêndio ocorrido no mesmo dia, disse estar preocupado com a situação de vulnerabilidade das comunidades quilombolas no norte do Estado.
Ele afirmou que autoridades de Segurança Pública precisam apurar com urgência o que está acontecendo na região. “Queremos respostas sobre o uso abusivo de veneno pela Aracruz, Fibria, e sobre o incêndio que consumiu parte das terras de Serafim”, cobrou Gilmar.
O presidente do CEDH demonstrou preocupação com a vida de Serafim, que corajosamente denunciou a empresa. Gilmar disse que já conversou com o subsecretário estadual de Direitos Humanos, Perly Cipriamo, sobre o caso. “Estamos estudando a possibilidade de inscrevê-lo no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. Precisamos garantir a vida deste homem”, ressaltou Gilmar Ferreira.
O conselheiro acrescentou ainda que está chocado com as revelações feitas por Serafim sobre a quantidade de veneno que a Aracruz lança sobre os eucaliptais. “Honestamente, já havia ouvido falar sobre uso abusivo de veneno, mas não sabia da gravidade. As autoridades precisam tomar uma medida com urgência”, enfatizou.