Hip Hop e Teatro de Mamulengo no Quilombo dos Alpes
O Quilombo dos Alpes tem como matriarca uma mulher chamada Edwirges Francisca Garcia. Dona Edwirges chegou na região abrindo caminho em meio a mata fechada, fugindo da cruel escravidão: “Quando eu vim para cá era tudo mato. Eu tinha que ir abrindo assim, senão molhava a gente tudo. Ficava toda molhada do mato. Tinha só aquelas estradinhas curtinhas, pra gente entrar nas casinhas e a minha era lá pra cima”.
Em tarde ensolarada, saímos do Quilombo do Sopapo rumo ao topo do morro da Glória, na missão de levar Hip Hop Didático e de raiz até o Quilombo dos Alpes.
A geografia da área é de difícil acesso, chão batido e sem calçamento. O terreno do Quilombo dos Alpes é ocupado por 74 famílias, todas com algum grau de descendência com dona Edwirges. Na sede do Quilombo, pendurada na parede, uma colorida tela em tinta óleo, sem moldura, expõe o rosto da matriarca.
Ao rodar pela região, dialogando e interagindo com a comunidade, notamos o vocabulário simples, são pessoas humildes, com diminuto grau de escolarização e qualificação profissional. Fatores esses, que agravam as dificuldades de ascensão social da população quilombola – uma constante no país inteiro, infelizmente.
A Central Social agradece o convite feito pela proponente da ação, Nágia Prestes (RJ), que está fazendo um trabalho de integração entre as quatro comunidades quilombolas de Porto Alegre, por meio de oficinas de audiovisual e inclusão digital.
A Central Social interagiu com o teatro de bonecos, do artista Leandro Silva, do Piauí. Leandro está realizando uma residência artística em Porto Alegre por meio do prêmio Interações Estéticas.
O time da Central Social RS no evento foi: Ricardo Sória, Cristiano Bronze, Celso Mendonça, Ricardo Arone.