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Comissão debate situação do Quilombo Rio dos Macacos

A análise da situação das famílias do Quilombo Rio dos Macacos; a organização de uma audiência pública sobre o sistema Alfa e Beto e um seminário sobre as mulheres no poder foram os principais temas debatidos na 52° sessão ordinária da Comissão da Mulher, que aconteceu na manhã de ontem na Assembleia Legislativa. A sessão contou com a presença da representante do conselho de direito da mulher, Lindinalva de Paula, que realizou uma oficina dentro deste quilombo em dezembro do ano passado e falou um pouco da realidade vivenciada por esta comunidade. “Visitar um quilombo é uma dificuldade, só com autorização do comandante. Os quilombolas não podem sair ou entrar, os parentes que vão lá têm o carro revistado, o direito de ir e vir é vetado para essa comunidade que existe ali há mais de 100 anos.” Ela também revelou as dificuldades vividas pelas mulheres quilombolas. “Os relatos que nós recebemos são que a violência vivida pelas mulheres de lá não partem dos seus companheiros e sim da Marinha. Temos depoimentos de estupros, mulheres que são espancadas, sofrem violências psicológicas, coagidas. São crianças, mulheres e idosas que a todo momento têm armas apontadas na cabeça. Na ultima audiência realizada em Simões Filho a deputada Luiza Maia pode conferir alguns vídeos com omissão de socorro, mulheres gravidas. É um conjunto de violência cometida contra as pessoas de lá”, revelou. Presidida pela deputada Neusa Cadore (PT), a comissão busca por soluções em relação ao conflito vivido entre a Marinha do Brasil e as 70 famílias desta comunidade quilombola que vivem nas proximidades da Base Naval de Aratu, na Região Metropolitana de Salvador. “Não vamos conseguir separar essa questão da violência apenas contra a mulher deste quilombo, temos que resolver o problema da comunidade como um todo”, disse a parlamentar, que sugeriu a criação de um GT para facilitar o trabalho em conjunto com a Comissão Especial da Promoção da Igualdade, presidida pelo deputado Bira Corôa (PT), a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública, comandada por Temóteo Brito (PSD), além do Conselho de Mulheres e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). Durante a reunião, a deputada Maria Luiza (PT) informou que, de acordo com publicação na imprensa, o Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA) ajuizou agravo de instrumento, no dia 22 de maio, perante o Tribunal Regional Federal da Primeira Região, contra decisão da Justiça Federal da Bahia, que determinou a desocupação de área situada na Base Naval de Aratu, pela comunidade quilombola de Rio dos Macacos. Luiza Maia aproveitou ainda para criticar o líder do governo deputado Zé Neto (PT) que segundo ela não quer instalar a CPI do tráfico de pessoas que já está deferida pelo presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT). “Eu não consigo compreender qual é o motivo. Marcelo Nilo me pediu para aguardar até terça-feira, mas eu tenho sentido uma má vontade. Isso já tem uns três meses”, desabafou a parlamentar que, devido a solicitação de saída da deputada Graça Pimenta (PR) da vice-presidência desta comissão, mostrou interesse em ocupar a vaga.

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