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Festa no Quilombo São José da Serra

No último dia 18 de maio, o som dos atabaques, caxambus, candongueiros, pandeiros e palmas nos fez subir a Serra da Beleza em Valença, entre os distritos de Conservatória e Santa Isabel do Rio Preto, para participar da festa no Quilombo São José da Serra.

O Quilombo, incluído no Mapa de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, é formado por cerca de 200 quilombolas descendentes de escravos oriundos da Fazenda São José e de outras fazendas de café da região. Com a Abolição da Escravatura, muitos escravos libertos não abandonaram a região, pois não tinham para onde ir, e se juntaram ao Quilombo. A comunidade possui 23 casas de pau a pique ou tijolo, construções simples com tetos de palha. A luz elétrica chegou por lá há uns cinco anos. Durante o ano, duas grandes festas tomam conta do Quilombo, mas a do dia 13 de maio, em comemoração ao Dia da Raça Negra ou Dia do Preto Velho ou Dia da Abolição da Escravatura, é a mais famosa.

Para aproveitar ao máximo a festa, vá preparado. Os festejos começam nas primeiras horas do sábado com a Missa Afro na pequena capela de São José, dando as boas vindas aos que chegam, e não são poucos. Durante a festa devemos ter contado 2 mil pessoas entre visitantes e participantes dos grupos. Muitos levam barracas e acampam no terreno ao lado do estacionamento. Se decidir acampar chegue cedo, o camping fica cheio.

Aos poucos vamos assistindo apresentações de várias manifestações culturais, como folia de reis, tambor de cumba, capoeira, maculelê, dança de roda, e no cair da tarde são anunciados o calango e as apresentações de grupos de jongo vindos de várias cidades do Estado do Rio. O jongo, esta dança saída dos terreiros de café das fazendas centenárias, é o ponto alto da festa, com grupos vindos de Pinheiral, Arrozal, Barra do Piraí e outras cidades da região do Vale do Paraíba. A deliciosa feijoada, feita no fogão a lenha, é disputada na hora do almoço, e diversas comidinhas são vendidas ao longo da festa. O artesanato também está presente com as coloridas bonequinhas do quilombo feitas de palha e bucha.

As rodinhas espontâneas vão se formando: uma roda de samba aqui, um jongo ali, uma roda cantando pontos, um forrózinho lá, pode-se ir vivenciando cada uma destas manifestações da cultura, conhecer, entender e não deixar morrer… No fim da noite, o ponto alto é a benção da fogueira no terreiro, mas as danças vão continuar madrugada adentro até a manhã de domingo. E o canto de Mãe Tetê faz a gente sair de alma lavada daquela mistura de raças celebrando as tradições africanas.

Serviço
Como chegar: O Quilombo fica na estrada Conservatória – Santa Isabel. Muito bem sinalizada. Se não quiser ficar acampado no Quilombo, a melhor opção são as pousadas de Conservatória. A cidade está a 12 km do Quilombo.

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