16 de março de 2013
Quilombola tem casa incendiada em Bequimão/MA
Cerca de 200 quilombolas realizaram entre 12 e 15 de março no INCRA de São Luis, o Acampamento Quilombola Negro Flaviano. O acampamento é uma atividade permanente do movimento quilombola do Maranhão – MOQUIBOM, que luta em defesa da garantia e titulação dos territórios tradicionalmente ocupados por centenas de comunidades quilombolas espalhadas no Estado do Maranhão.
Nesta quinta-feira (14), foi realizada uma Coletiva de Imprensa, onde os acampados denunciaram que o acordo celebrado em 2011, pelo presidente nacional do INCRA e o superintendente regional da instituição, nunca foi cumprido. Os quilombolas reclamam também da morosidade do Estado Brasileiro em efetivar o dispositivo constitucional ADCT 68, que determina a titulação das terras remanescentes de quilombos. Devido a morosidade do processo de titulação, a violência praticada contra estas comunidades só tem aumentado a cada dia que passa.
A senhora Juranice Martins, da comunidade quilombola Sibéria localizada no município de Bequimão, relatou que no dia 12 de março, policiais incendiaram a casa do seu vizinho de nome Leandro. Segundo Dona Juranice, o fazendeiro Carlos Jorge chegou com 2 camburões da polícia e um outro carro com 2 oficiais de justiça dizendo que tinha uma ordem judicial para destruir tudo.
“Eles não mostraram nenhum papel, o dono da casa estava no trabalho, mesmo assim eles derrubaram a cerca e tocaram fogo na casa queimando seus documentos, seus pertences e um dinheirinho que ele guardava para comprar alimentos. Esse fazendeiro sempre quis tomar essa área, meu avô tem 96 anos, nasceu e se criou aqui e agora ele quer tomar nossa terra”. Denunciou D. Juranice.
Casos como esses são comuns no Maranhão, um Estado onde a impunidade campeia, no início deste ano jagunços queimaram 2 casas de quilombolas na comunidade Santa Maria dos Moreiras, zona rural de Codó a 300 km de São Luis. Segundo boletim de ocorrência registrado na delegacia de Codó os jagunços atearam fogo nas casas dos trabalhadores a mando do líder do Governo de Roseana Sarney, deputado estadual Cesar Pires.