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“Nós não precisamos de bolsa família… precisamos ter nosso território livre”

Dessa forma indígenas, quilombolas, ribeirinhos, fundos de pasto, seringueiros, entre outros, ressaltaram que sua principal luta comum atualmente é a luta pelo território, durante o Seminário Os Territórios das Comunidades Tradicionais e o Estado Brasileiro, realizado de 25 a 28 de fevereiro, e organizado pela Articulação das Pastorais do Campo. Os representantes dos povos tradicionais, reunidos no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia (GO), narraram suas histórias de resistência e a violência ainda sofrida por eles. Segundo advogados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Estado brasileiro sempre restringiu os direitos dos povos e comunidades tradicionais, mesmo após a promulgação da constituição de 1988. Há na Constituição, entretanto, diversos artigos que garantiriam os direitos dessas comunidades, mas não basta isso se o governo não atuar de forma a que essas leis e emendas sejam respeitadas. Em Carta Pública aprovada no final do Encontro, os povos tradicionais reafirmam a necessidade de sua unidade na luta pela garantia de seus territórios livres. De acordo com o documento, “Diante da total paralisia do Governo Dilma em cumprir a Constituição e na contramão da legislação internacional (OIT 169) que decreta o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas e das populações tradicionais, exigimos a imediata demarcação e titulação dos nossos territórios. Acreditamos que a nossa luta, na construção de projetos de Bem Viver, é sagrada, abençoada e acompanhada pelo único Deus dos muitos nomes e pela presença animadora dos nossos mártires e encantados”.

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