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Disputa no Rio Grande do Sul já dura nove anos

A perspectiva de demarcação de uma área quilombola vem geran­do tensão há nove anos na região litorânea do nordeste do Rio Grande do Sul. Descendentes de escravos estão descontentes com a demora do governo fede­ral para titular a área de 4,5 mil hectares, entre os municípios de Osório e Maquiné, que reivindi­cam como primeiro passo para a formação do Quilombo Morro Alto – cuja área total deve chegar a 10 mil hectares.Do outro lado, agricultores estão mobilizados para evitar a entrega de suas propriedades. As duas partes estão cada vez mais descontentes e não se des­carta a possibilidade de blo­queio da rodovia BR-101, via de recepção e escoamento de pro­dutos entre o Rio Grande do Sul e o restante do País.

"Fazemos nossa parte dentro da legalidade, nunca atacamos ninguém, mas estamos cansa­dos", afirma Wilson Marques da Rosa, presidente do Quilombo Morro Alto Associação Comuni­tária Rosa Osório Marques. Ele admite que a comunidade, que tem 456 famílias, poderá pensar em manifestações se o Incra não levar adiante o processo de for­mação do quilombo.

"Nós, lideranças, tentamos manter a calma, mas tememos pelo fim da tranquilidade caso o Incra venha a iniciar as notifica­ções", adverte o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Osório, Edson Ricardo de Souza, que fala em nome das 447 famílias de agricultores.

Relatório. Os estudos para a de­marcação do quilombo começa­ram em 2001. Em 2011 o Incra concluiu o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID). A notificação dos agri­cultores para informá-los de que estão em área quilombola e, por isso, têm 90 dias para apresentar contestações deveria começar logo depois, masvem sendo adia­da desde então.O superintendente regional do Incra, Roberto Ramos, diz que o órgão tem agido com pru­dência para evitar conflitos. Também disse que as notifica­ções devem ser feitas a partir de março. Somente depois da análi­se das contestações é que o Incra define como será o território.

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