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‘Quilombolas em Cena’ apresenta registro sobre a cultura quilombola na Amazônia

 

Ao todo, foram produzidos cinco curtas-metragem que abordam práticas culturais de comunidades remanescentes quilombolas que vivem no entorno da Reserva Biológica do Rio Trombetas, no Pará.
 
Na última sexta-feira(14), os curtas produzidos durante o desenvolvimento do Projeto Quilombolas em Cena, patrocinados pelo Banco da Amazônia (BASA) e Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, foram apresentados aos comunitários que participaram das oficinas temáticas e das gravações dos filmes.
 
A exibição foi feita no barco Ana Cândida, do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), durante o evento que marcou a soltura simbólica de 10 mil filhotes de tartaruga, dos quase 40 mil que nasceram na Reserva este ano.
 
O projeto idealizado por pesquisadores que integram o Projeto Tartarugas da Amazônia, do Centro de Estudos dos Quelônios da Amazônia (CEQUA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), além de fazer um registro sobre a cultura quilombola na Amazônia, teve como objetivo ressaltar as atividades de proteção aos ninhos de tartarugas, desenvolvidas pelos quilombolas durante o segundo semestre do ano.
 
Conhecimento de plantas medicinais
 
Devido a distância de hospitais e escassez no atendimento para as comunidades, as plantas medicinais são de extrema importância para atenuar os problemas de saúde mais simples que ocorrem na região.
 
“Diante desses aspectos, os quilombolas acreditam que o registro destas atividades que hoje em dia não são mais passadas entre as gerações, e são de conhecimento de poucas pessoas, deveriam fazer parte do roteiro de filmagens dos curtas”, explicou Fernanda Rodrigues, da equipe de educação ambiental do projeto.
 
Durante as filmagens realizadas por integrante da comunidade, Dona Rosa que é uma conhecedora dos efeitos das plantas, pôde passar os ensinamentos da medicina tradicional realizada por ela, eternizando e registrando seus conhecimentos.
 
Utensílios domésticos feitos de barro
 
Segundo relatos dos comunitários, tradicionalmente os alimentos eram dispostos em panelas de barro, assim como a água também era condicionada dentro de jarros de barro. Fruteiras, panelas, pratos, copos, além de artesanatos que retratavam a fauna da região como jacarés, tartarugas, peixes-bois e botos eram confeccionados pelos quilombolas com barro tirado da própria região.
 
De acordo com Zé Bidi, um comunitário antigo da região, as pessoas mais novas nem sabem mais tirar o barro, nem mesmo qual barro utilizar para desenvolver esta atividade.
 
Confecção de artesanato com cipó
 
Diversas palmeiras, entre elas o Jauarí, e cipós como o titica e ambé fazem parte da paisagem regional. Os quilombolas dão diferentes usos para esta flora disponível. Muitas casas possuem telhados feitos totalmente de palhas trançadas que formam uma verdadeira obra da engenharia quilombola.
 
Além disso, outros produtos são confeccionados com estes recursos naturais, dentre eles destacam-se paneiros, cestas, leques, porta-panelas e brinquedos para crianças. Percebe-se que com imaginação e necessidade muitas coisas podem ser criadas a partir deste recurso.
 
Pesca com Arco e Flecha
 
A pesca artesanal de arco e flecha também está entre as atividades desenvolvidas, que com o tempo está perdendo a prática entre os comunitários. Trazida pelo convívio com os índios e também utilizada pelos remanescentes quilombolas, é uma atividade que necessita de muita destreza e hoje em dia é pouco difundida pelas comunidades tradicionais que vivem na região do trabalho proposto.
 
Conservando as tartarugas para o futuro
 
O quinto vídeo do projeto foi desenvolvido em cima da problemática da redução populacional de quelônios na Amazônia. O trabalho de conservação de espécies que tartarugas presentes na região, tem sido um dos principais focos de trabalho da Rebio Trombetas.
 
Para que haja resultados mais efetivos, o ICMBio e o Projeto Tartarugas da Amazônia, contam com o apoio dos comunitários quilombolas que vivem no entorno da Reserva, para intensificar o trabalho de fiscalização das praias de desova e aos ninhos.
 
Este processo é a base do quinto roteiro produzido durante o projeto. Para que essa história fosse contada, foi aplicada a técnica cinematográfica ‘stop motion’.

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