De um lado, uma realidade mantida na história dos negros e do outro, o sonho de um menino chamado João.  Os dois “mundos” são temas dos livros lançados na noite desta sexta-feira (30) na 7ª Bienal do Livro – Leitura que muda o mundo, que acontece até domingo (02) no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop). No estande do Arquivo Público, o escritor Hélvio Gomes Cordeiro lançou o livro “Quilombo – Terra da esperança”, a quarta obra do autor de “Carukango”, “A história viva da morada dos mortos” e de “Escravidão e abolição”.  Na Exposição Jorge Amado, um público infanto-juvenil prestigiou por mais uma bienal a jornalista e escritora Isabel Assad, que lançou “O menino menor que seu sonho”.

 

“Essa oportunidade que a Prefeitura de Campos nos dá, abrindo espaço para que mostremos o nosso trabalho, é muito importante e um estímulo. É muito difícil alcançar o público infanto-juvenil, competir com autores americanos e histórias como Harry Potter e a saga de Crepúsculo. Nos meus livros, busco inserir meus personagens na realidade das nossas crianças e jovens”, frisou Isabel, autora dos livros “O menino que queria falar com Jesus”  e “A Flor de Giramundo”.

 

Sempre desbravando a história do município, Hélvio reuniu no quarto trabalho relatos e dados das comunidades remanescentes de quilombos. Um de seus personagens, Joaquim Félix da Silva, 90 anos, fez questão de acompanhar o autor à 7ª Bienal do Livro.

 

“Ele é a história viva do quilombo de Travessão. Poucas pessoas sabem, mas através do livro um leque é aberto através das pesquisas documental e de campo feitas, apresentando outros locais de Campos, além da Região do Imbé, em que existiram quilombos. O lançamento do livro é um realização de mais um trabalho com incentivo do presidente da Fundação Municipal de Zumbi dos Palmares, Jorge Luiz dos Santos, que sempre nos lembra de que história deve ser feita para conhecimento de todos”, contou.