Comunidade quilombola em Patu será primeira do RN com posse da terra
A superintendência no Rio Grande do Norte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) emitirá título de posse do território quilombola de Jatobá, em Patu, amanhã (22), às 8h30, na sede da comunidade.
A emissão tornará Jatobá oficialmente propriedade da União, e é o último passo para entrega do título de reconhecimento de domínio coletivo da terra às 17 famílias moradoras de Jatobá, de acordo com o processo de regularização fundiária.
A comunidade negra de Jatobá tem 219 hectares e foi definida como comunidade remanescente de quilombo em 2004. Este ano, o Incra iniciou processo para demarcação e titulação da terra.
Os moradores são descendentes de Manoel e Raymunda. De acordo com estudo antropológico feito na região, Manoel era filho da escrava Vicência. Já Raymunda tem origem indígena. Os descendentes deste casal foram morar no sítio Jatobá, onde casaram e tiveram filhos.
Segundo registro cartorial de Patu, eles moram no imóvel há mais de 100 anos. Nesse período, construíram benfeitorias como casa, curral e cercas. Desde os primeiros moradores até hoje, vivem do cultivo de milho, feijão e mandioca. Também criam animais de pequeno porte e algumas vacas leiteras.
No Rio Grande do Norte, existem cerca de 60 comunidades remanescentes de quilombos, de acordo com estudo da Fundação Palmares. Desse total, 20 são reconhecidas como tal e 17 têm processo de reconhecimento, demarcação e regularização tramitando no Incra/RN.