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História do Quilombo Maria Conga vira documentário

Para preservar a memória do quilombo Maria Conga, em Magé, um grupo de 15 moradores da região, descendentes de africanos escravizados no Brasil, decidiu produzir um documentário de 40 minutos sobre a história do único assentamento de escravos da Baixada Fluminense reconhecido pelo Ministério da Cultura.

 

No final do ano passado, eles participaram de uma oficina de cinema oferecida pela ONG Estimativa, que tem sido atuante na Baixada Fluminense no tema cultura afrobrasileira.
 
— Tivemos medo de mexer no equipamento. Mas o desafio de contar a história dos nossos antepassados falou mais alto — recorda a coordenadora da Igualdade Racial de Magé e diretora do filme, Ivone Bernardo, de 49 anos.
 
Ivone e os vizinhos entrevistaram os moradores mais antigos e recuperaram fotos do Maria Conga em outras épocas. O filme foi apresentado à comunidade pela primeira vez no dia 1º deste mês. O CD com a cópia da obra é carregado com orgulho pelos moradores da região.
 
Segundo os próprios realizadores do documentário, o momento de maior emoção ocorre quando é apresentado o cemitério de escravos, às margens do rio das Cabritas.
 
— Lá estão enterrados aqueles que eram pegos fugindo para o quilombo de Maria Conga. Um triste fim — revela Sueli Lucio, de 56 anos, que atuou como microfonista no filme.
 
Pela história, Maria Conga nasceu na África, em 1792. Oito anos depois, chegou ao Brasil junto com a família, num navio negreiro. Separada dos pais, acabou vendida para um senhor de engenho, em Salvador. Lá, recebeu o nome de Maria da Conceição. Até conquistar a liberdade, aos 35 anos, foi vendida outras duas vezes. Quando se tornou livre, fundou um quilombo em Magé para proteger os refugiados.

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