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Comunidades quilombolas serão alfabetizadas

 

Por Aisla Vasconcelos
 
As comunidades quilombolas de Sergipe terão a oportunidade de se alfabetizarem por meio do Programa Sergipe Alfabetizado. O objetivo é abrir o acesso à cidadania despertando o interesse pela elevação da escolaridade nas comunidades quilombolas e de religiosidade de matriz africana.
 
Nesta quarta-feira, 24, representantes de comunidades quilombolas do estado se reuniram com representantes do programa Sergipe Alfabetizado e da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania (Sedhuc). A previsão é que o projeto seja implementado a partir de fevereiro de 2013.
 
De acordo com o diretor do Programa Sergipe Alfabetizado, José Genivaldo Mártires, o projeto pretende beneficiar todas as comunidades. “Esse ano nós resolvemos ampliar as parcerias entre a SEED e a Sedhuc no intuito de fortalecer as comunidades afrodescendentes quilombolas e criar salas de alfabetização para o público não alfabetizado. Nós estamos fazendo essa reunião hoje para fazer a divulgação e começar o processo de mobilização nessas comunidades. Daqui para janeiro é o período natural da formação dos núcleos de salas de aula”, conta.
 
 
Cerca de 419 familias vivem na região do Crasto
Uma comunidade a ser beneficiada será a comunidade Quilombola do Crasto no município de Santa Luzia do Itanhy. Segundo o representante da comunidade, Erisvaldo dos Santos, atualmente a comunidade conta com cerca de 419 famílias a ser beneficiadas.
 
“Essas famílias vivem exclusivamente da pesca. Esse projeto vai ser viável porque a educação é base de tudo. A marisqueira e os pescadores não sabem sobre os seus direitos, nem o que é seguro desemprego. E esse projeto vai dar direito a ele a ler e escrever e a reconhecer o seu direito como quilombola”, garante.
 
Programa
 
O programa Sergipe Alfabetizado está em consonância com o Programa Brasil Alfabetizado do Governo Federal e tem como meta iniciar o processo de alfabetização de jovens e adultos para erradicar o analfabetismo no Brasil.
 
O assessor técnico de Política de Ação da Sedhuc, José Cláudio D’Eça, destacou a importância do projeto. “Os dados de 2009 comprovam que 40% a 50% dessas pessoas não sabem ler nem escrever, mas é bom observar que mesmo tendo essas dificuldades, elas não querem se mostrar pela questão do preconceito e de não se apresentar como analfabetos. Esse projeto pretende modificar essa realidade e oferecer oportunidades a essas pessoas”, diz.

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