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Documentário sobre quilombolas ameaçados estreia no Maranhão

 

No litoral maranhense, mais de três mil famílias remanescentes de quilombolas lutam contra as ameaças de realocação.  A mudança acontece devido à implantação do Centro de Lançamentos de Alcântara –(CLA), projeto espacial brasileiro em parceria com a Ucrânia, localizado no município homônimo. O conflito desse povo é mostrado no documentário Céu Sem Eternidade, coordenado por Eliane Caffé.
 
Resultado de uma oficina audiovisual com membros de comunidades quilombolas, a produção estreia no dia 19/10, sexta, às 20h, no SescTV. Depoimentos de habitantes das comunidades de Trajano; de Mamuma; de Peptal; de Alcântara e Perú; e de Itamatativa discutem seus direitos; contam suas histórias; e apresentam suas tradições e crenças oriundas da cultura afro-brasileira.
 
Segundo um dos habitantes de Alcântara, a cidade foi escolhida para a construção da base espacial devido sua proximidade com a linha do Equador, que facilita tecnicamente e economicamente a realização do projeto. Local este que já tinha sido reconhecido e certificado pelo Governo brasileiro como área quilombola. O povo da região teme que esse decreto seja derrubado. “”Estamos lutando com unhas e dentes para que isso não aconteça””, fala uma moradora. Eles acreditam que, além de perder a terra, também podem ver a cultura dos quilombolas desaparecer.
 
O documentário aborda, entre outros temas, o início dessa desordem, em 1980, quando as primeiras famílias foram realocadas; a exploração comercial em 1990; a criação da Alcântara Cyclone Space – ACS, em 2005; a implantação do Complexo Terrestre Cyclone 4, em 2010, com previsão de lançamento para 2014; como a região quilombola foi invadida; as especulações por parte do agronegócio; a rotina dessas pessoas em meio a natureza; suas crenças; o que pensam da tecnologia; a pesca e a roça, de onde tiram o sustento para toda família; e a produção da TV Tapuia: e recordam o dia em que foi lançado um foguete que explodiu no centro de lançamento, matando 21 técnicos.

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