Agassiz Almeida: Linduarte Noronha, o pioneiro do Cinema Novo
Lá pelos fins da década de 1950, quando juntos, Linduarte e eu, cursamos a Faculdade de Direito da Paraíba, num entardecer de um sábado, em João Pessoa, algo iria nortear ideologicamente a nossa visão do mundo: uma conferência do revolucionário educador Paulo Freire. A partir daquele encontro começamos a olhar e compreender a sociedade invisível, aquela que pulula nos subterrâneos dos estratos sociais e cujos gritos e dores são abafados.
Com Linduarte, eu convivi por longos anos, desde os bancos acadêmicos até as cátedras universitárias, quando fomos atingidos pelo Golpe Militar de 64. Quantas vezes, e foram muitas, ele ia estudar na minha casa à rua das Trincheiras, em João Pessoa, onde eu morava com a família. Já naquela época, ele era possuidor de uma forte convicção marxista.
Egressos estes personagens da geração de 1960, Linduarte Noronha na arte cinematográfica e Agassiz Almeida nos embates contra os feudos do coronelismo e do latifúndio, eles deixaram um legado que marcou a recente história do país com obras renovadoras e ações reformistas.
Professora da UFCG e pesquisadora do Centro de Referência dos Direitos Humanos do Agreste da Paraíba. Autora de várias obras jurídicas.
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