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Quilombolas de Baião lançam 1° CD

A comunidade de Umarizal, formada por quilombolas, acabou de lançar o primeiro CD de Samba de Cacete – tradição nas comunidades quilombolas. O CD faz parte de uma das ações previstas no projeto Estratégias de Gestão com Agentes Locais para o Desenvolvimento do município, coordenado pela ONG Rádio Margarida com patrocínio da Petrobras.

O CD foi uma reivindicação da comunidade quilombola de Umarizal, em virtude de existirem na região alguns quilombos na região e o Samba de Cacete ser uma tradição antiga entre os grupos.

A comunidade de Umarizal fica localizada à margem esquerda do rio Tocantins e tem uma população com mais de 2500 habitantes que moram na área há cerca de 125 anos. Hoje a vila possui 332 residências, distribuídas em 13 ruas, duas avenidas e cinco travessas e a construção de casas de alvenaria é uma realidade na Vila.

A maioria dos moradores da Vila sobrevive da agricultura de subsistência, principalmente do cultivo da mandioca, assim como da pesca e do extrativismo vegetal, que de janeiro a abril faziam colheita da castanha do Pará. Maio, junho e julho preparavam o roçado. Agosto, setembro, outubro, colheita da maçaranduba, timbuí, borracha e concha. De novembro ao inicio de janeiro costuma-se fazer o plantio dos roçados.Samba de Cacete – Segundo a senhora Raimunda de Farias, 78 anos, teve sua origem no Paxiubal com a Festa da Nossa Senhora do Rosário, que era padroeira na época. Durante a novena da festividade era denominado como Samba de Nossa Senhora e eles tocavam somente no período da novena e no plantio de roça.

No Samba do Cacete são utilizados dois tambores grandes confeccionados pelos próprios quilombolas com troncos ocos de árvores e tendo em uma das extremidades um pedaço de couro amarrado com cipó. Em cada tambor sentam-se dois batedores, que são chamados de tamborineiros e caceteiros . Eles ficam de costas um para o outro. Os tamborineiros batucam o couro com as mãos e os caceteiros batucam a parte de madeira chamada cacetes.

Para dançar o Samba do Cacete, as mulheres utilizam saias longas e rodadas e os homens calças curtas. São os homens que normalmente tocam. As mulheres dançam e cantam. As mulheres dançam girando e vão se esquivando dos toques dos homens, que tentam alcançar seus pés descalços.

As letras das músicas estão relacionadas ao cotidiano das comunidades e tratam de temas como o trabalho, a louvação aos santos, a natureza e o amor.

 

<O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>

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