Entidade nacional cobrará construção de casas para quilombolas de União
Na enchente de 2010, 120 famílias de remanescentes do Quilombo escaparam da tragédia
Depois de conhecer as 120 famílias do povoado quilombola Muquém, em União dos Palmares, zona da mata alagoana, na manhã desta quarta-feira (6), o representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Conaq), Ivo Fonseca, decidiu intervir junto à coordenação do Programa de Reconstrução das cidades atingidas pela enchente para cobrar a construção das casas que irão abrigar os moradores que perderam suas casas na tragédia de 2010.
A ida do coordenador à terra de Zumbi fez parte de uma série de visitas do representante da Conaq em Alagoas, iniciada na segunda-feira (4) em Maceió, com uma reunião com o presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Geraldo de Majella. Na terça-feira (5) ele esteve em Arapiraca.
Fonseca viu de perto a situação das 120 família de remanescentes do Quilombo dos Palmares, na lendária Serra da Barriga, que em 2010 ganharam o noticiário nacional por terem escapado da tragédia pendurados em árvores onde permaneceram até o amanhecer.
Segundo a assessoria de comunicação do Iteral, Fonseca vai intervir no drama dos quilombolas por meio do Núcleo de Quilombolas em Alagoas. A gerente do Núcleo, Berenita Maria dos Santos, deverá se reunir com a coordenação do Programa de Reconstrução.
Depois de visitar a Serra da Barriga, o coordenador do Conaq se reuniu com lideranças quilombolas. A presidente da Associação de Moradores, Albertina Nunes, disse que as casas ainda não começaram a ser construídas, e tem expectativa de que a intervenção do Conaq consiga acelerar as obras. “Até agora as obras praticamente não começaram. Primeiro era o terreno que tinha problema. Depois foram as chuvas que atrapalharam, e agora, o que impede a construção?”, questiona a quilombola. “Esperamos que agora a Coordenação Nacional possa fiscalizar, procurar saber por que as obras não andam aqui no Muquém. Não agüentamos mais esperar”, queixa-se Albertina Nunes.
A Gazetaweb não conseguiu contato com o vice-governador, José Thomaz Nonô (DEM), e presidente do Projeto de Reconstrução, para falar sobre o atraso nas obras das casas da comunidade Muquém.
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