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Quilombolas do Brejo dos Crioulos são atacados por pistoleiros

Nos últimos dias de abril cerca de 200 famílias quilombolas dos municípios de Varzelândia, São João da Ponte e Verdelândia, acampadas desde outubro do ano passado em latifúndio localizado em região conhecida como Brejo dos Crioulos foram brutalmente atacadas, numa verdadeira operação de guerra da PM que contou com contingente de 200 policiais fortemente armados e que chegaram à área em um ônibus e 16 carros, com cachorros e até mesmo um helicóptero.

Após terem sido novamente expulsas de suas terras de direito pelo aparato repressivo do estado, as famílias de quilombolas vêm sendo intimidadas por bandos de pistoleiros que agem livremente na região, sendo que suas lideranças denunciam serem diariamente perseguidas, sofrendo ameaças de morte constantes.

Em matéria da autoria de Girleno Alencar, publicada pelo jornal Hoje em Dia em 12/06/2011, lideres comunitários dos quilombolas e seus familiares relatam as constantes ameaças por parte de pistoleiros a soldo do latifúndio na região, o que pudemos comprovar em inúmeras visitas feitas a região no último período. A Comissão Pastoral da Terra, na pessoa de Paulo Faccion, também vêm denunciando insistentemente a grave situação vivenciada pelos quilombolas.

O processo para transformar o Brejo dos Crioulos em “território” quilombola encontra-se na Casa Civil e inúmeros estudos históricos e antropológicos testemunham favoravelmente aos quilombolas. As famílias remanescentes de quilombos trabalham e produzem há séculos nas terras onde hoje se encontra o Brejo dos Crioulos, sendo que, inclusive, boa parte dos camponeses pobres de todo o Norte de Minas tem, em sua origem, laços de parentesco e culturais com as famílias remanescentes de quilombos. Ocorre que com a anuência do estado estas terras têm sido griladas pelo latifúndio, o que pode facilmente ser comprovado por qualquer pessoa que conheça, minimamente, a história da região.

No entanto, apesar de toda a propaganda do gerenciamento Dilma/PT de luta pelo interesse do que denominam de “minorias”, “etnias” e  o carcomido discurso de promoção da “igualdade racial” o que temos visto é a completa imobilidade do governo no sentido de resolver as demandas mais urgentes dos quilombolas do Norte de Minas, assim como de todos os camponeses pobres da região que lutam pelo sagrado direito à terra.

A situação dos quilombolas no Norte de Minas é parte do que se costumou chamar de “questão agrária”, é o reflexo do arcaico sistema agrário brasileiro baseado na monocultura para exportação, na super exploração das famílias de camponeses sem terra e com pouca terra, no domínio irrestrito dos bancos e sua política de endividamento dos pequenos produtores e, sobretudo, na falência da reforma agrária do velho estado.

Convocamos todas e todos os trabalhadores da cidade e do campo, operários, comerciários, trabalhadores rodoviários, professores, estudantes, profissionais autônomos, médicos, advogados, todos os homens e mulheres honrados e de bem a somarem forças na denuncia dos crimes do latifúndio e do estado levados a cabo contra os quilombolas do Brejo dos Crioulos.

Conclamamos a todas e todos a apoiarem os camponeses pobres em luta pelo fim do latifúndio e seu sistema de miséria, atraso e exploração. Somente com a união do povo conquistaremos uma verdadeira democracia em nosso país!

COMITE DE APOIO À LUTA CAMPONESA – MONTES CLAROS

CONTATOS: comitedeapoio@yahoo.com.br

Geanini Hackbardt

MST – Zona da Mata

Setor de Comunicação

(31) 8881-2806

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