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Padres e quilombolas encerram greve de fome

Dois padres e 17 quilombolas que haviam iniciado uma greve de fome na quinta-feira (9) em São Luís (MA) decidiram encerrar os protestos na noite desta sexta-feira (10).

Eles ocupam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na capital maranhense há dez dias, junto de outros representantes de 40 comunidades quilombolas.  O prédio deve ser desocupado ainda hoje.

Com a invasão e a greve de fome, os manifestantes tentavam chamar a atenção do governo para episódios violentos envolvendo líderes quilombolas em disputas de terras no Estado.

“Só esperamos o delegado chegar com um documento que nos garanta proteção policial para ir embora.  A ocupação e a greve de fome acabaram”, disse o padre Inaldo Serejo, que fez greve de fome durante um dia e coordenou as manifestações.

A CPT (Comissão Pastoral da Terra) divulgou ontem que 59 líderes quilombolas estão ameaçados de morte no Maranhão.  Em 2010, o líder quilombola Flaviano Pinto Neto foi assassinado a tiros.  No último dia 31 de maio, a casa de outro líder local foi alvo de três tiros.

Os manifestantes pedem que a Secretaria de Direitos Humanos, comandada pela ministra Maria do Rosário, garanta segurança aos quilombolas.

Segundo o padre Serejo, hoje pela manhã, Maria do Rosário falou com os quilombolas por telefone na tarde desta sexta.

A assessoria da secretaria confirmou a ligação e disse que a ministra avalia as reivindicações juntamente com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Secretaria-Geral e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Maria do Rosário também ligou para a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e pediu reforço no policiamento em comunidades quilombolas do Estado.

Conforme a secretaria, há uma indicação de visita de Maria do Rosário ao Maranhão no dia 22.  “A ministra se colocou à disposição para ir até o local em breve, junto com a ministra Luiza Bairros [Igualdade Racial]“, disse a assessoria, por meio de nota.

BAHIA

Na Bahia, também terminou nesta sexta-feira a ocupação de pescadores e quilombolas à sede do Incra em Salvador, invadida pelos manifestantes na última segunda-feira (6).

“As conversas com o Ministério da Pesca não foram totalmente satisfatórias, mas evoluíram um pouco.  Como já abrimos negociações decidimos encerrar a ocupação e sair do prédio”, disse uma das coordenadoras do MPP (Movimento dos Pescadores e Pescadoras) da Bahia, Marizélia Carlos Lopes.

Entre as reivindicações da categoria estão renovação de barcos e a revisão de itens do Código Florestal que, segundo o MPP, ameaçam áreas importantes para os pescadores.

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