Trabalho do Incra em Guaíra será feito com escolta policial
A confusão em Maracajú dos Gaúchos, localidade no interior de Guaíra próxima da BR-163, iniciada por volta das 09 horas de anteontem (30) só terminou à tarde. Dois técnicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de Curitiba, tiveram seu tráfego interrompido por aproximadamente 50 agricultores. Os produtores atravessaram veículos na estrada de acesso às propriedades que seriam vistoriadas pelos técnicos. As áreas estariam sendo regularizadas para transformação em território dos quilombolas.
Segundo líderes do protesto, a liberação dos técnicos só aconteceria com a chegada da imprensa ao local, o que ocorreu por volta das 15 horas. Com a chegada das equipes de televisão, os servidores foram libertados e escoltados pela Polícia Federal até a cidade. A Polícia Militar esteve no local em caso de eventuais atos de violência.
Áreas – As áreas onde os trabalhos seriam feitos pertencem às famílias Graciano e Giacomin. Hoje, a área ocupada por seis famílias quilombolas conta apenas com o reconhecimento da Fundação Palmares. O presidente do Sindicato Rural Patronal de Guaíra, Silvanir Rosset, defendeu o direito dos produtores. “Os quilombolas eram membros da comunidade e produtores como nós, mas há cerca de dois anos se distanciaram e começaram a promover rituais para obter a certificação das terras”, disse. Ele informa que 36 terras ocupadas por quilombolas no Paraná já conquistaram a titulação e 12 brigam pelo reconhecimento. Questionados sobre a nova tentativa do Incra em realizar a vistoria, desta vez com escolta policial, Rosset disse “não saber a reação dos agricultores” caso isso aconteça.
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