Quilombolas do estado reivindicam títulos de suas terras
Das 15 comunidades quilombolas em Sergipe, apenas uma foi titulada. Segundo representantes, conflitos entre quilombolas e fazendeiros são constantes
Na manhã desta segunda-feira, 14, o Movimento Quilombola de Sergipe realizou o ‘Dia de Luta pela Titulação das Terras dos Quilombos de Sergipe’. A concentração aconteceu na Praça da Bandeira, centro da capital, e os quilombolas seguiram em passeata até a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Sergipe (Incra).
De acordo com um dos organizadores do movimento, Edmilson Santos, em sete anos de governo Lula, as comunidades quilombolas nunca foram beneficiadas. Segundo ele, o projeto Brasil Quilombola, do Governo Federal, nunca saiu do papel. “Entre 2004 e 2006 o Governo Federal deixou de investir mais de R$ 100 milhões na promoção dos direitos das comunidades quilombolas e afrodescendentes”, argumenta Edmilson.
Para ele, é necessária a titulação das terras quilombolas, uma vez que apenas essa regulamentação pode garantir que essas pessoas continuem tendo possibilidades de sustento por meio da terra. “Nós vivemos dessas terras, que pertenceram a nossos antepassados. Os únicos pedacinhos de terra que nós temos, os latifundiários estão tomando conta. Enquanto isso aumentam os conflitos entre quilombolas e fazendeiros e as ameaças de morte”, declara o líder.
Ainda segundo representantes do movimento quilombola, das 15 comunidades sergipanas reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares (FCP), apenas uma foi titulada ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso. “Chega de promessas! Queremos nossos direitos garantidos! Estamos passando fome!”, gritavam os quilombolas durante a manifestação.
Por Helmo Goes e Aldaci de Souza
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